segunda-feira, 28 de dezembro de 2009


2009 foi um ano de grandes lançamentos musicais - em quantidade e qualidade. Eu como sou curioso acabo por ouvir desde os lançamentos esperados a tudo que vejo pela frente e imagino ter uma chance de ser interessante, o que não raramente me traz boas surpresas. Mas esse ano acabou sendo mais do que o normal, pois é de longe o ano que mais tenho produções sonográficas para desfrutar.

O certo seria eu fazer um review decente e exclusivo para cada álbum, mas como tenho preguiça, acabo deixando pro final do ano. Mas ano que vem tentarei mudar! (já disse isso algumas vezes) Então, como tá tudo aí, não farei resenhas muito completas.

Resolvi então escrever sobre tais lançamentos. Como tem muita coisa e não tenho forças pra falar de tudo, resolvi fazer primeiramente um Top 18 dos melhores do ano, e adiante mais alguns comentários diversos. Por que 18? Porque deveria ser um Top 20, mas fiquei com preguiça de escrever sobre os dois últimos... (a saber, seriam: Diablo Swing Orchestra - Sing Along Songs for the Damned & Delirious, e Hollerado - Record in a Bag)

Comecemos pelo ranking. Não foi difícil fazê-lo. Seria difícil se eu fosse realmente ouvir tudo com cautela, avaliar cada ponto, ver os defeitos. Foi uma ordem feita casualmente, seguindo o que meu gosto diz. Portanto não é algo pra ser realmente levado a sério, até porque eu mesmo fico em dúvida com certas posições (por exemplo, qualquer um dos cinco primeiros poderia ocupar a primeira posição; tudo depende do meu humor). Além disso, música é algo que se gosta aos poucos. Um álbum que eu não tenha dado a devida atenção (ou sequer conheça) pode ser o primeiro daqui uns anos... Portanto, não leve a ordem tão a sério.

"I still haven't found what i'm looking for"
18. U2 - No Line On The Horizon
Eu esperava bem mais desse novo do iu tiu. Não sou um grande fã deles, mas apesar de tentar acabei por não simpatizando muito com esse álbum no geral. Ainda mais de todo o blábláblá por cima do álbum antes de seu lançamento (ohhhhh fomos pra Ìndia ou whatever, fizemos sexo tântrico com os nativos e aprendemos técnicas milenares de música, estamos muito inspirados e vai ser o melhor álbum de todos os tempos). Mas há bons momentos: No Line On The Horizon, que tem uma sonoridade mais alternativa e ficou legal, Unknown Caller, I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight. Simpatizo também com o primeiro single, Get On Your Boots, música direta e divertida. Mas o maior destaque realmente é Magnificent, grande música.

17. Joe Perry - Have Guitar, Will Travel
Outro álbum que eu esperava muito mais é este, que é o segundo solo do grande guitarrista do Aerosmith Zé Pereira (desconsiderando o Joe Perry Project). Numa primeira ouvida, achei bem fraco e até mesmo ruim, mas dando mais uma chance percebi que há boas coisas ali. A primeira faixa, We've Got A Long Way To Go, é bem simpática. Slingshot, a baladinha Do You Wonder, a divertida Somebody's Gonna Get (Their Head Kicked In Tonite) e Scare The Cat são alguns outros destaques. No geral é um bom álbum, mas eu dou essa posição baixa pois esperava algo mais rock and roll ou mesmo blues sem frescuras (talvez algo no estilo do álbum Honkin' On Bobo), mas esse vocal distorcido do Perry em praticamente toda música que ele canta (por sorte um vocalista encontrado no YouTube (!!) canta em algumas) é realmente chatinho. Pra mim repetiu os mesmos erros do álbum anterior dele, de 2005.

16. Queensrÿche - American Soldier
Conheci o Queensrÿche apenas esse ano (o que me fez perder o show deles aqui ano passado, que dificilmente se repetirá, devido ao minúsculo público lá presente), mas devia tê-lo feito antes, pois é uma grande banda. Não conheci a fundo ainda, na verdade, mas chegarei lá. Porém eles estavam capengando, vindo do decepcionante Operation: Mindcrime II, de 2006. Se conseguiram superar esse antecessor? Certamente. Mas não produziram nenhum novo clássico; longe disso. O álbum é irregular, dividindo grandes momentos (Sliver, Unafraid e principalmente Man Down!) com algumas coisas de qualidade duvidosa (The Voice, Remember Me, Home Again).

15. The Black Crowes - Before the Frost...
Definitivamente o The Black Crowes não é a mesma banda dos primeiros álbuns. No lugar das músicas divertidas e com guitarra forte, hoje predominam arranjos mais leves, mais violões e piano. Mas a qualidade continua! Apesar de eu não ter simpatizado de imediato com este novo álbum (assim como o anterior, Warpaint), aos poucos fui acalmando e encontrando boas músicas. Esse álbum (assim como o outro lançado ao mesmo tempo, ... Until The Freeze, que não se encontra nesse top) foi gravado ao vivo em estúdio, para uma pequena platéia. Seria difícil perceber isso, não fossem os sons da platéia ao final de cada música, pois a qualidade é realmente boa e você imagina ser um álbum normal de estúdio. Observando todos os detalhes das músicas, percebe-se mais ainda como o álbum é bem feito. É um disco legal de se ouvir em qualquer momento, devido ao seu clima leve. Destaques para Been A Long Time (Waiting On Love), Good Morning Captain, Houston Don't Dream About Me e, principalmente, I Ain't Hiding.

14. Gotthard - Need To Believe
O Gotthard é uma banda padrão. Desde 99 eles lançaram álbuns em todos os anos ímpares. Mas o principal: sempre com qualidade! A banda suíça, infelizmente não muito conhecida, faz um hard rock decentíssimo e de bom gosto. O álbum desse ano é Need To Believe, e mantém o padrão: músicas muito boas, pesadas e com sonoridade que poucas bandas de hard rock ainda mantém hoje. É difícil fazer destaques, pois o álbum todo mantém uma boa qualidade, mas ficam entre as melhores: Break Away, Unconditional Faith, Rebel Soul e Unspoken Words.

13. Lynyrd Skynyrd - God & Guns
Eu fiquei com um pé atrás antes de conferir esse lançamento do Lynyrd Skynyrd, pois eu tenho um certo receio de bandas que mudam sua formação como mudam de roupa (do atual Lynyrd Skynyrd, apenas um membro é do line-up original), e também porque achava que a banda já deu o que tinha que dar. Porém eu fiz bem ao ouvir o álbum, pois é muito bom! De fato é diferente da banda que fez sucesso nos anos 60 e 70. Variando desde músicas mais leves (acho que é isso que chamam de southern rock) como Still Unbroken, Southern Ways e That Ain't My America, até estilos mais festivos e próximos do hard rock, como Skynyrd Nation e Comin' Back For More. Enfim, qualquer que seja o estilo, o que importa é que o álbum é de grande qualidade, valendo sem dúvida a ouvida.

12. Bruce Springsteen - Working on a Dream
Brução Springsteen, o The Boss, vem fazendo nessa década uma carreira fenomenal: os álbuns The Rising, Devils & Dust, We Shall Overcome e Magic são todos excelentes. E para encerrar a década, ele solta mais um: Working on a Dream. Talvez não seja tão bom quanto os anteriores (de fato, fica atrás do anterior, o excepcional Magic), mas é ainda assim uma grande produção. Os maiores destaques do álbum ficam em suas extremidades: o ínício com a épica Outlaw Pete e o encerramento com a bonus track The Wrestler, música-tema do filme O Lutador, que rendeu o Globo de Ouro a Springsteen. O álbum tem alguns momentos baixos (Kingdom of Days, The Last Carnival), mas em geral é coeso e passeia por vários momentos: as belas e calmas Working on a Dream e Tommorow Never Knows, as animadas My Lucky Day e Good Eye. Enfim, um belo álbum acrescentado à já formidável discografia do Boss.
BÔNUS: Outlaw Pete possui uma grande semelhança com I Was Made For Lovin' You, do Kiss.

11. The Answer - Everyday Demons
The Answer é uma das bandas mais decentes surgidas nos últimos anos. A banda vem da Irlanda do Norte e estreou em 2006 com o grande álbum Rise. Seu estilo: hard rock do mais simples e direto, com influências de blues, lembrando às vezes os primórdios do The Black Crowes. E tanto como esse novo álbum como o de 2006 mantém essa qualidade do início ao fim. Essa banda certamente tem futuro, e fico fortemente no aguardo dos próximos lançamentos. Difícil fazer destaques nesse álbum excelente, mas para citar algumas ficam as violentas Dead Of The Night, Too Far Gone, e a saideira Evil Man.

10. Wolfmother - Cosmic Egg
O Lobomãe surgiu em 2005 com um grande debut e logo se tornou famoso. Ok, um monte de banda faz isso, restava aguardar pelo segundo álbum pra ver como ficava. Porém a banda teve problemas, trocou uns integrantes e o escambau, e enfim esse ano saiu o novo álbum: Cosmig Egg. Assim como o nome estranho, também é a música do Wolfmother. Com seus timbres de guitarra alternativos e a voz bizarra do vocalista Andrew Stockdale, a banda seguiu a premissa do primeiro álbum e não decepcionou. Com a adição de um novo guitarrista as músicas tomaram um certo peso, o que é percebido em várias músicas. E falando em várias músicas, o álbum conta com 16 faixas em sua edição expandida. E o principal é que basicamente não há músicas ruins no álbum. Mas há de se destacar: New Moon Rising, Cosmonaut, a faixa-título, White Feather, entre outras. Um álbum pra ser apreciado do começo ao fim. E que Stockdale e cia. continuem na ativa.

9. Megadeth - Endgame
Ano passado o Metálica voltou a ativa e lançou o decente Death Magnetic. Faltava, então, ver o que o Megadéti faria em reação a isso. Pois saiu o aguardado Endgame, e foi uma resposta a altura. Apesar de eu particularmente preferir o álbum do Metallica, este aqui é uma bela aula de metal nervoso from hell. O álbum começa com a instrumental e absurdamente foda Dialectic Chaos, e então emenda com a mesma potência em This Day We Fight!. Que sequência, caros, que sequência. Aqui já se percebia que O Megadeth tinha voltado a fazer coisas boas, o que tinha ensaiado no disco anterior, United Abominations. O álbum segue em alto nível com 44 Minutes e 1,320, e conta com mais petardos como How The Story Ends e The Right To Go Insane. Mas o destaque absoluto é Head Crusher. Cara, que música. Vou nem falar nada. HEAD CRUSHER.
BÔNUS: Dave Mustaine se parece cada dia mais com Renata Sorrah.

Medo! D:
Rua Richie Sambora, na sua cidade natal
8. Bon Jovi - The Circle
Não importa o quanto eu fale dos outros álbuns, sejam acima ou abaixo deste no ranking, no final o que eu mais ouvi dessa lista foi o do Bom Jovem. :D No geral eu gostei dele, acho que é melhor que o anterior, Lost Highway, mas não tem chance de se tornar um novo clássico ou qualquer coisa assim que sempre dizem quando eles lançam um álbum novo. Eu duvido fortemente que algum dia lancem algo que chegue perto dos quatro eternos (Slippery, Jersey, Faith, These Days), até porque o estilo é bem diferente. Mas nada impede que eu goste dos novos lançamentos. E nesse aqui temos várias coisas boas: o primeiro single e faixa 1, We Weren't Born to Follow, é facilmente cativante e divertida. Já na segunda faixa temos uma espécie de balada! O que nunca aconteceu numa faixa dois do Jovi. Mas não é qualquer uma: When We Were Beautiful tem uma atmosfera diferente do que a banda já fez, uma levada que cresce aos poucos. Realmente uma bela música para a coleção. Em seguida vem Work For The Working Man, mais uma daquelas que não parei de ouvir. O começo só no baixo e bateria (baixo copiado de Livin' On A Prayer, mas relevemos) também é meio atípico para a banda. O refrão dessa música é muito viciante! E adorei também a parte do solo, com voz em cima.
Em seguida vem a primeira balada de fato, Superman Tonight. Muito bonitenha. Em seguida vem a mais pesada do álbum, Bullet. Essa me lembrou a awesome Undivided, do Bounce, tanto em letra como no som. Enfim, eu poderia escrever um texto bem maior sobre esse álbum, mas pararei aqui porque não é o objetivo desse post. Por último, destaco também a bonitinha Love's The Only Rule.

7. Pearl Jam - Backspacer
Nunca fui de ouvir Pearl Jam, no máximo tive uma aproximação com a grande trilha sonora do filme Into The Wild (Na Natureza Selvagem), do Eddie Vedder. Então vi que foi laçado esse novo álbum e resolvi ouvir. E fiz muito bem ao fazer isso, pois Backspacer é deveras divertido. Com músicas rápidas e alegres, nas quatro primeiras faixas o ouvinte já está conquistado. A partir daí o CD dá uma acalmada, voltando ao rock alegre em Supersonic. As demais partes do álbum lembram a trilha de Into The Wild, com momentos excelentes como Amongst The Waves e Unthought Known. Enfim, rock and roll simples e direto, o suficiente para uma boa música.

6. Europe - Last Look At Eden
Em 2006 eu fiz esse post (não reparem na linguagem, eu era mais criança do que sou hoje) para o falecido Quem Morreu?, e nele concluí que o álbum anterior do Europe, Secret Society, foi o melhor daquele ano. Hoje certamente mudei de idéia, apesar daquele continuar sendo um ótimo disco. O seu sucessor foi lançado esse ano e eu fiquei ansiosamente no aguardo. Last Look At Eden continua a proposta atual da banda, que eu acho extremamente válida, de um hard rock moderno sem fugir do estilo. A sonoridade deste está diferente da dos outros dois álbuns da banda desde seu retorno em 2004, mostrando que eles não tem medo de mudar. Aqui os teclados voltaram levemente, como na nova baladinha New Love In Town, mas sem ter a mesma relevância dos anos 80. Todas as músicas aqui são boas, mas deixo um destaque para Only Young Twice.
BÔNUS: algumas interpretações desagráveis foram feitas sobre a figura da capa do álbum. Deixo para a imaginação do leitor fazê-las.

Tem gente que diz que vê algo invés das sementes da maçã...

5. Richie Kotzen - Peace Sign
O senhor Kotzen é uma máquina de fazer música. Lança discos praticamente todo ano, e só nesse foram dois, sendo que o outro também está nesse ranking. Sim, o cara fez dois álbuns do meu top 5. Então você já pode perceber que ele é bom. Depois do maravilho, incrível e fodástico Return Of The Mother Head's Family Reunion de 2007, onde inclusive pude presenciar o show do Richie colado no palco, esperei ansiosamente pelo novo lançamento. O álbum difere bastante do anterior, com certeza não sendo tão bom quanto ele, mas mesmo assim mantém o padrão RK de qualidade. Ou seja: praticamente não há músicas ruins, apesar das letras sem grande criatividade, o que é fortemente compensado na guitarra.
Como bonus track, um cover para I Want You Back dos Jackson 5, awesome.

4. Them Crooked Vultures - Them Crooked Vultures
Esse certamente foi um dos lançamentos mais random do ano, porém um dos melhores. A banda surgida do nada e formada por Dave Grohl (Foo Fighters), John Paul Jones (Led Zeppelin) e Josh Homme (Queens Of The Stone Age) lançou um álbum a priori estranho, com músicas complexas e difíceis de digerir de primeira. Mas passado o estranhamento inicial, o que se encontra é um grande álbum, que não me lembra nenhuma banda que costume ouvir. Enfim, é difícil definir isso aqui, mas músicas como Elephants, Scumbag Blues, Mind Eraser, No Chaser, Warsaw Or The First Breath You Take After You Give Up (que nome pqp), falam por si. Apenas ouça e admire.

3. Wilson Hawk - The Road

Ok, isso aqui imagino que menos de 2% dos leitores que por acaso (ainda) estiverem lendo esse post conhecem. Trata-se de um álbum alternativo do já citado Richie Kotzen, em parceria com o produtor Richie Zito. E aqui têm-se um álbum que foge completamente do estilo de Peace Sign ou da carreira do Kotzen em geral. Têm-se aqui um disco com forte influência de soul e R&B, estilos que sempre influenciaram o guitarrista. Richie Zito disse a Kotzen que ele nunca tinha feito um disco nesse estilo que tanto o influenciou, e daí surgiu esta pérola. É um disco maravilhoso de se ouvir, recomendado inclusive para aqueles que desconhecem o estilo (como eu). Ouça sem medo de ser feliz.

2. Kiss - Sonic Boom
Depois de 11 anos finalmente a banda do linguarudo lançou algo inédito. Histórias do tipo mimimi internet destruiu a indústria mimimi ninguém compra nada foram as desculpas dadas para o atraso. Eu acho que foi por preguiça mesmo, mas enfim. Prometido um disco direto, sem baladas, e aqui está. O novo álbum do Kiss (ainda me causa uma certa estranheza essa expressão, imaginava que nunca iria a utilizar), que tem nome de golpe de Street Fighter, não é nada revolucionário, as letras são as esperadas da dupla Simmons/Stanley, não possui novos clássicos como dos anos 70/80, mas cumpre a função esperada: um bom disco de rock, com riffs e solos característicos, e refrões poderosos que inspiram a cantar de imediato. Never Enough é demais! Assim como Stand, Modern Day Delilah, Hot And Cold. All For The Glory e When Lightning Strikes, cantadas pelos membros-empregados, são tão boas quanto as dos chefões. Esse disco é uma prova que os srs. Stanley & Simmons podem parar de frescura e continuar lançando musiquinhas, que todos agradecerão.

1. Chickenfoot - Chickenfoot
Enfim, o primeiro lugar. Me parece que supergrupos andam em moda ultimamente. Depois do Them Crooked Vultures já citado na quarta posição, eis que surge o vencedor: o Chickenfoot, formado pelos ex-Van Halen Sammy Hagar e Michael Anthony, o guitarrista Joe Satriani e o baterista do Red Hot Chilli Peppers, Chad Smith. Enquanto o Eddie Van Halen chora por aí e não lança nada, os expulsos Hagar e Anthony fazem a alegria da galera. E que alegria! Esse debut é simplesmente sensacional. A reunião dos quatro músicos gerou um disco de hard rock com tudo que se espera de um clássico. Músicas divertidas e festeiras, baladas bonitas, refrões pra sair cantando, grandes riffs e solos. Músicas como Sexy Little Thing, Oh Yeah, Get It Up e Runnin' Out tem que estar na playlist de qualquer apreciador de boa música. Definitivamente um grande álbum de uma banda que espero continue na ativa por muito tempo.

Boa banda.
Finalizado o top 18, ainda restam mais algumas coisas que gostaria de comentar.
Piores coisas que ouvi no ano:

Ace Frehley - Anomaly
Decepcionante. O eterno guitarrista do Kiss lançou este disco aguardado, mas seria melhor se não lançasse. Músicas sem inspiração e nada de interessante. Triste, triste.

Eric Martin - Mr. Vocalist 2
Meu amigo e vocalista do Mr. Big, Eric Martin, lançou ano passado Mr. Vocalist, onde interpretava músicas amarelas em geral que desconheço. Bem tosco. E ele retornou esse ano com Mr. Vocalist 2, dessa vez interpretando músicas de "divas"! I Will Always Love You, Time After Time, Hero, essas coisas. Ficou tão ruim quanto o anterior. Poderia ser um bom álbum se ele realmente explorasse sua voz, se tivesse um instrumental competente, mas nada disso. Dispensável.

De nada!
Helloween - Unarmed
Mano, que merda foi essa? O Helloween, para comemorar seus 25 anos, resolveu fazer um disco de regravações próprias. E basicamente pegou alguns de seus maiores clássicos e transformou em baladas horrendas. Vou nem falar muito que não quero lembrar disso. Destaque, porém, para a awesome The Keeper's Trilogy. Mas não deixe de conferir o clipe de Dr. Stein.

Mötley Crüe - Greatest Hits
Não, eu não entendo isso. O Mötley já tinha umas cinco ou seis coletâneas no mercado, sendo uma lançada em 2005, e lança essa porra aí! Sem contar que uma das coletâneas já se chamava Greatest Hits! AAAAAAAH

Álbuns ao vivo:
Não considero álbuns ao vivo numa lista dos melhores do ano, pelo menos não na mesma categoria. Mas gosto muito deles, sendo alguns indispensáveis. Aqui vão comentários sobre alguns lançados esse ano.

Iron Maiden - Flight 666 - The Original Soundtrack
MEIDEN MEIDEN! Assim estava eu naquele 4 de março de 2008, quando presenciei o Áiron na Pedreira Paulo Leminski (escrito no DVD como Padeira Paulo Leminski). Grande show. E essa turnê foi devidamente documentada e lançada no CD/DVD Flight 666 - The Original Soundtrack. E que lançamento! A performance da banda é perfeita, o áudio está excelente, e sobre as músicas nem precisa falar: de Aces High a Hallowed Be Thy Name, só clássicos do metal \m/. Cada música do CD é de um show da turnê, o que para mim é um fiel disco "da turnê", e não apenas um show. Wasted Years com Adrian Smith cantando algumas partes está demais. A rara Moonchild ao vivo, sensacional! Mas, obviamente, meu destaque definitivo é para a gloriosa The Clairvoyant, que foi retirada do show aqui de Curitiba. E com direito a Bruce gritando "Tchuritiba"!!!!!


Brução em Curitiba
Mr. Big - Back To Budokan
O Mr. Big é assim: eles têm 6 álbuns de estúdio e 8 ao vivos, sendo 6 desses ao vivos gravados no Japão. MALDITOS AMARELOS! E o último desses ao vivos é Back To Budokan, lançado nesse ano, que a banda retomou suas atividades. E temos aqui um repertório grande e com quase todos os clássicos da banda. Naturalmente, a fase Richie Kotzen foi deixada de lado, sendo tocadas apenas músicas dos quatro primeiros álbuns. A performance continua incrível, como se espera de quatro músicos formidáveis como esses (apesar de Eric já não cantar como antes). Certamente é o melhor ao vivo já lançado pela banda, com o repertório mais completo. E no aguardo da turnê de reunião passar pelo Brasil, e espero que gravem um novo álbum de estúdio.

Queen + Paul Rodgers - Live In Ukraine
Achei um tanto inútil esse lançamento, ainda mais que eles já tinham lançado um ao vivo. Os tios Brian May e Roger Taylor já deviam ter se aposentado. Felizmente o Queen + Paul Rodgers se desfez esse ano, e certamente você nem deu por falta. De novidades nesse ao vivo apenas duas músicas do simpático álbum The Cosmos Rocks (Cosmos Rockin' e C-Lebrity). De resto, mais do mesmo, que já não é muito bom. Portanto, passo.

R.E.M. - Live At The Olympia

Cara, o R.E.M. Eu não entendo como esses caras conseguem me surpreender cada vez mais. Gravado em 2007, durante cinco shows em Dublin, esse álbum é algo que poucas bandas tem coragem (e principalmente, capacidade e repertório de qualidade) para fazer. Depois do R.E.M. Live de 2007, com todas os clássicos esperados de um show do R.E.M., esse ano eles lançam este Live At The Olympia. "Dois discos ao vivo assim tão próximos, que sem criatividade", qualquer desavisado imaginaria. Mas o que temos aqui é uma seleção de músicas raras e quase desconhecidas, muitas músicas do então vindouro disco Accelerate, em versões ainda inacabadas. Como a capa já diz, são 39 músicas, e cada uma delas vale a pena. Redescobri muitos lados-B e músicas esquecidas, como o EP Chronic Town (tocado quase na íntegra aqui), cinco faixas do esquecidinho Fables of the Reconstruction, uma música da obscura coletânea Eponymous. É difícil encontrar palavras para descrever esse trabalho, somente ouvindo para entender. Os destaques são infinitos: These Days (que música, que versão, que bateria! Aliás, a bateria é excelente em todo o álbum), as músicas do Accelerate como I'm Gonna DJ, Horse To Water e Man-Sized Wreath, além da versão preliminar de Supernatural Superserious, denominada Disguised, as clássicas Cuyahoga, So. Central Rain, Drive e Electrolite, as inéditas Staring Down The Barrel Of The Middle Distance e On The Fly... Enfim, um disco próximo da perfeição.


The Black Crowes - Warpaint Live
Sim, além de dois álbuns de estúdio, o The Black Crowes lançou também um ao vivo duplo. Aqui, no primeiro disco, é tocado todo o álbum anterior, Warpaint, em versões geralmente com solos maiores. O disco dois conta com covers aleatórios. Para mim um lançamento em CD um tanto desnecessário, pois além de ser praticamente apenas um replay do disco anterior, a banda já tem dois outros álbuns ao vivo no catálogo.

Bônus final:
Massacration - Good Blood Headbanguers
Os mestres do metal voltaram! Mais engraçados ainda. O novo trabalho do Massacration conta com a brilhante presença de Falcão na faixa The Mummy, e músicas inspiradíssimas como Sufocator of Metal, Massacration, Good Blood Headbanguers, The Hymn of Metal Land. Mas nada, nada supera a obra de arte que é The Bull.

Eu tenho mais coisa que ouvi e gostaria falar, mas esse texto já está gigante o suficiente pra ninguém ler. Juro que ano que vem escreverei mais de cada coisa ao decorrer do ano e farei algo mais simples ao seu final. Algumas coisas que ficaram de fora: AC/DC - Backtracks, a coletânea do Foo Fighters, Heaven & Hell - The Devil You Know, Hysterica - Metalwar, o novo disco da Mallu Magalhães, Jet - Shaka Rock, Loaded - Sick, Orianthi - Believe, Silbermond - Nichts Passiert, Steel Panther - Feel The Steel, Sugarland - Gold and Green e Live On The Inside, Weezer - Raditude.

Enfim, é isso. Se alguém leu tudo, meus sinceros agradecimentos. Se alguém decidir ouvir aqui depois de ler aqui já tenho meu trabalho recompensado. E que venha 2010.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Schizocast 4 - Marcelo [Especial de fim de ano]

Promessa é dívida e o Schizocast voltou em sua 4ª e última edição de 2009!

Essa é a maior edição em termos de duração e talvez a mais divertida de todas. Além do mais, o entrevistado é um dos usuários mais essenciais e que também posta no blog. Marcelo foi devidamente sabatinado por mim (bruN0, finalmente de volta às gravações), Lake, Morbak (ft. microfone etéreo) e o eterno Diretor Malvado Apoka. E naturalmente, com a devida participação da plateia nos momentos devidos.

Os pontos altos notavelmente são os que nosso entrevistado teve que cantar Always do Bon Jovi e suas experiências amorosas não-tão-bem-sucedidas, sem contar as velhas histórias de Internerd, as peculiaridades do seu gosto musical e todos os motivos que levaram Marcelo a ser o primeiro AOP da #schizo a ser entrevistado no Schizocast. Por ser a última edição desse ano, queremos agradecer a todos que ouviram essas edições (até vocês que nunca tiveram saco pra comentar!) e... ano que vem tem mais!




Anexo:

CHINELINHAS
ÉPICO

Essa parte é pra quem quiser entender a parte em que falamos sobre as chinelas de Marcelo. Nada mais justo.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Fimose, circuncisão e problemas do gênero

Por bruN0


Se você é do sexo feminino, existe uma possibilidade de você ter comentado no post dos furúnculos, mas agora essa mensagem vai a todos do sexo masculino. Ou até mesmo a namoradas que já viram seus companheiros com esse tenso problema na hora das relações sexuais. Fimose.



Primeiramente, o que é fimose?

Olha, primeiro você tem que conhecer melhor o instrumento de trabalho que você utiliza diariamente. Se por algum motivo você teve dificuldades em expor a cabeça (ou melhor, em termos técnicos, a glande) para o mundo exterior sem um gemido de dor brutal, você possivelmente tem fimose. Existem vários graus que eu prefiro não ilustrar de maneira tão violenta aqui nesse post, mas nada que o Google não ajude. O grau I você não consegue ver NADA além da bitoquinha do seu pinto fimosado. O grau II parece que vai, mas não vai. O grau III é o mais chato, porque você consegue ver tudo, mas estrangula tanto a glande que você broxa de tanta dor.



Existem vários momentos de descobrir que você tem fimose, aqui vai alguns dos mais comuns:

• Você é curioso e resolveu tentar forçar abrir a entrada. Com certeza foi uma tentativa frustrada.

• Você descobriu numa aula de biologia que aquela entrada ERA SIM pra ter uma abertura mais livre e sem dores.

• Você viu um filme pornô (ei, não sejamos hipócritas!) e percebeu que a benga do Kid Bengala além de enorme era bem diferente do seu. Tem algo MESMO errado aí.

• E a pior de todas: você está no bem bom com sua namorada, quase lá. E quando percebe que precisa colocar a camisinha, vem o desespero, a dor, tudo junto... não dá. Simplesmente impossível.

E então você se revolta e diz "AAAHHH PRECISO CORRIGIR ISSO PQPQP POR QUE SOU TÃO AZARADO?!?!". A fimose pode ser de origem genética ou como resultado de "exercício mal-sucedidos" quando você tinha somente alguns meses de vida. Logo, se você tem fimose até hoje e não tratou, CULPE SUA MÃE. Ela com certeza sabe que você tem fimose e fez nada pra ajudar. :(

Prosseguindo com os pontos...

Ok, tenho fimose, comofas? É tratamento na faca ou no remédio?

Cada caso é um caso, meu jovem. No geral, o tratamento mais adequado se dá através da cirurgia (foto no início do post) chamada geralmente de circuncisão (o nome técnico é postectomia), mas CONSULTE UM UROLOGISTA. Ele é a pessoa mais adequada para julgar se você precisa tomar altos esteróides ou passar pela famigerada faca. Sinceramente, pelos efeitos e pelo resultado final, a cirurgia é a solução mais viável. Mas isso ao meu ver.

Agora vou dar meu sincero testemunho de quem teve fimose até janeiro desse ano e faz esse último post do ano (o meu, Marcelo deve soltar outro em breve). Não citarei nomes, mas eu já sabia que tinha fimose há vários anos. Mas depois de um incidente nada amistoso envolvendo uma camisinha, um quarto de motel e muita frustração com dor, descobri que aquele era o momento. Então lembrarei alguns dos piores momentos quando um jovem descobre que tem fimose tem antes de fazer a famigerada cirurgia.

A vergonha: Sim, falar para o pai ou a mãe que você tem fimose e precisa da cirurgia é essencial e óbvio. Mas não deixa de ser ridículo: eles são os teus pais, ELES SABEM QUE VOCÊ TEM FIMOSE, ANIMAL. Então abra o berreiro e diga que você precisa pro quanto antes.

O medo: Encarar um urologista mexendo no seu dito cujo e dizendo "é, só com cirurgia, volta na semana que vem" é bastante tenso. A cirurgia é bastante simples, mas basta refletir que é sua saúde que clama por isso. E sua namorada/ficante/rapariga também agradeceria.

E então vem a cirurgia, a anestesia (a segunda pior parte de todo o processo, são 4 agulhadas LÁ EM CIMA e a dor é impossível de medir em palavras) e... o famigerado pós-operatório. O urologista falou em um mês sem qualquer tipo de relação. E ele estava certo. Os três primeiros dias são os piores, muito sangue, muita dor, qualquer tipo de ereção dá um desespero enorme. Mas então é só tirar o curativo, esperar um tempo e... voilà, seu instrumento melhor que nunca! Então, FAÇAM A CIRURGIA, FIMOSENTOS. É essencial perder essa vergonha e encarar a realidade que você precisará fazer isso cedo ou tarde. E quanto antes, melhor.

Então, quem ler esse post, sinta-se à vontade para comentar seus causos antes, durante e depois desse problemas que aflinge tantos homens e ao mesmo tempo é motivo de vergonha para tantos homens. E das mulheres que já conviveram com homens com esse problema, claro. FALEM, FALEM, FALEM! </bottini>
Fonte: Wikipédia, Google e experiências pessoais.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Por que vicio em jogos velhos?

Por bruN0


Aqui vou continuar de maneira não-oficial (seria um spin-off?) o último post do Apoka, que fala sobre vícios em jogos. Aqui, argumentarei do porquê jogos antigos sempre me chamaram a atenção dos que os atuais. E não, não é só uma questão de nostalgia.


Como bom nerd, sempre fui um fã de jogatinas em geral, sendo elas singleplayer ou multiplayer. Apesar de possuir minhas preferências, não sou um cara exatamente exigente nesse sentido. Por limitações de ordem financeira, quase nunca pude jogar por tempo prolongado os "lançamentos" da temporada (e até das últimas), se resumindo basicamente às horas de locadora quando jogava num PS2 ou nos PCs mais potentes de amigos meus. É meio triste dizer, mas até abril desse ano, minha máquina não suportava sequer um emulador de N64 sem lerdar todos os outros processos do computador.


Isso criou um ambiente favorável a um nostalgismo exacerbado, muito calcado em clássicos dos anos 80 e início dos anos 90. Não me levem a mal os fãs de Crysis, GTA4, Fifa 2009 ou Fallout 3, mas certos jogos pré-históricos me divertiram (e continuam me divertindo até hoje, como o próprio título já diz) e marcaram de maneira muito mais intensa. Não é uma questão somente de achar que "AH MAS O BRUNO NUNCA TEVE UM PC QUE PRESTE POR ISSO NUNCA JOGOU ALGO COM GRÁFICOS LOKOS MIMIMI". Ou mesmo "O BRUN0 É SÓ MAIS UM NOSTÁLGICO DO TEMPO DO BUMBA!!!". Repito: são jogos que por me marcarem tanto, ainda jogo eventualmente, só não podendo ser mais porque sou hoje um trabalhador assalariado (o que não impede de postar nesse blog, já que comecei a escrever isso direto do escritório :D).






























O jogo "manager" com melhor custo-benefício ever

CHAMPIONSHIP MANAGER 01/02

Esse jogo para mim é um clássico. Sou um fã assumido de jogos de estratégia/simulação, em especial os de estilo manager. Apesar de posteriormente as duas empresas responsáveis pelo jogo terem se separado (Eidos, que ficou com o nome do jogo, e a SI Games, que ficou com a database) e o Football Manager ser um sucesso atualmente, nada me faz largar o Championship Manager (CM) 01/02. O motivo é simples:


É um jogo rápido, mas não menos complexo. O que vou falar aqui vale para esse jogo, mas também para tantos outros que possuem continuações anuais até os dias de hoje. No caso do CM, além de não ser necessário um PC de fato potente para rodá-lo de maneira convincente, o jogo em si é mais ágil. O fato é que em nome do chamado "realismo nos jogos", certas franquias tornaram-se estranhas a si mesmas. Essa edição de quase 10 anos atrás não é tão menos complexa que a edição atual do ponto de vista estratégico, que basicamente tem maior banco de dados, mais frescuras e uma repaginação visual. Enquanto no CM 01/02 sou capaz de jogar 5 temporadas em 1 semana (naturalmente, no auge do vício), no FM tudo é mais emperrado, burocrático. E me desculpem os puristas, mas quero um jogo para me DIVERTIR, não para ficar vendo todos os detalhezinhos e ficar babando por isso. Bleh.



FUTEBOL BRASILEIRO 96


O jogo em si não precisa ser descrito, é um clássico já descrito em outro post pelo Marcelo. Mas o ponto não é esse. Você, leitor, vai me dizer que esse tipo de jogo nada tem a ver com outros clássicos do tipo, como Fifa, PES (Pro Evolution Soccer) ou WE (Winning Eleven, nome anterior do PES, quando ainda possuía maiores raízes em terras amarelas), exceto pela temática futebolística. Além do mais, os jogos de futebol no SNES não primavam em ser simuladores, mas sim verdadeiros arcades, com direito a gols "do meio da rua" (seria a volta do FORTEBOMBA?) e narrações em portunhol. De fato, eu joguei horrores quando era pirralho, mas ainda o faço até hoje. Por quê? Além do mais, eu já tenho um PC razoável e suficiente para jogar os clássicos do gênero, mas continuo no FB.


Obviamente, existe o fator nostalgia de maneira bastante acentuada nesse caso. Mas algo se sobrepõe nesse jogo: o fator multiplayer dele é irresistivelmente viciante. Mesmo por um emulador, a diversão proporcionada em lances caricatos, gols absurdos e a aquela sensação gostosa e nostálgica de vencer seu amiguinho num jogo relativamente simples, mas ao mesmo tempo tão emocionante.



"CONSEGUIIII!", "FOGO!" e as famosas vozinhas são a alegria dos jogadores de WA.

WORMS ARMAGEDDON

O leitor mais desavisado talvez imagine que esse jogo nem seja tão antigo assim, visto que ele ainda é jogado com frequência por vários grupos espalhados na Internerd. Mas não, Worms Armageddon (WA) já tem incríveis 10 anos de existência, mas continua proporcionando diversão multiplayer como qualquer outro jogo da atualidade, como um Left 4 Dead da vida. A resposta está no seu formato originalmente único para a época (copiado posteriormente com fortes semelhanças pelo Gunbound), juntamente com as possibilidades de customização e o humor da série. Ok, eu falei isso tudo deduzindo que você saiba da existência desse jogo, ele é um CLÁSSICO. Se você é um autêntico lunático ou voltou de Marte nesse mês, WA consiste numa disputa entre turnos entre grupos de minhocas com o uso de armas tradicionais e não-tão-ortodoxas-assim, como bananas explosivas e um asno gigante feito de concreto/metal/god knows. O jogo é tão popular que recebeu atualizações até meados do ano passado. E não se espante se aparecer mais alguma por aí, WA é realmente de uma popularidade e fidelidade bastante razoável. Verdade que o modo singleplayer do jogo é também interessante, mas se você nunca teve o prazer de jogar uma granada nas minhocas dos seus amiguinhos (ui), você não sabe o que é diversão de verdade.




"Return me to Savara!"
Return me to Savara!

TYRIAN

Não são tantas pessoas assim que conhecem esse clássico jogo de naves que foi inicialmente lançado há quase 15 anos. Mas quem jogou sabe que mesmo passado tantos anos, raríssimos jogos do estilo chegaram perto do nível de beleza, versatilidade de armas e elaborada de história de Tyrian. Isso tudo sem cair na mesmice de jogos com qualidade absurda, mas pouco divertimento. Como explicar que um jogo como esse seja lembrado por mim, que nem gosta tanto do estilo e especialmente depois de tanto tempo?

Tyrian (na verdade, a versão demo dele) foi o primeiro jogo que encarei num computador. Isso mesmo, antes de Tetris, Paciência, Campo Minado, Copas ou qualquer coisa que fizesse sucesso num PC recém-comprado em 1995 ou 96, eu joguei Tyrian pela primeira vez. Imagina a cara de um moleque que sempre teve tendências nerd vendo um jogo como esse. O troço era tão único que eu nem tinha noção, mas tanto meu pai como minha irmã mais velha eram mais viciados que eu. E é fato, esse jogo me fascina até hoje.



YOU CAN'T GIVE IT UP! GO FOR IT!

STREET FIGHTER ALPHA 3

Eu poderia até mentir para vocês, dizendo que ainda jogo Street Fighter II. Até digo que esse foi muito mais importante na minha infância e soa muito mais nostálgico. Mas convenhamos, SFA3 tem mais de 10 anos e, apesar de conhecer há relativamente pouco tempo, mostra que jogos de qualidade realmente são atemporais. Na moral, por mais que lancem novas versões de Street Fighter, King of Fighters, Tekken, Mortal Kombat... poucos chegarão no nível de qualidade dessa belezura. A quantidade de personagens, a personalidade que eles impõem, os cenários e o som mostram que qualquer nível de relevância é pouco para o impacto desse jogo. Originalmente lançado em fliperamas e em consoles como PSX/Dreamcast, no PC ele é facilmente jogado utilizando emuladores voltados para jogos de arcade e um plugin de conectividade multiplayer chamado Kaillera. Jogar "PORRADA" com alguém é simplesmente único, além de ser acessível a quase qualquer PC atualmente.



Isso foi uma leve amostra, existe uma verdadeira infinidade de jogos (a maioria com cerca de 10 anos de existência, alguns até mais), seja para os nostálgicos de plantão que nunca querem esquecer a infância, seja para os jogadores iniciantes, que podem ver em certos clássicos uma qualidade que hoje não é perceptível na maior parte dos games. Por isso, não seja preconceituoso com o abandonware. Ele vai estar lá para qualquer momento.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Schizocast 3 - Kenta

Por bruN0


Ok, foi por pouco. Verdade que faz quase 6 meses que não postamos uma nova edição do Schizocast, mas... finalmente, estamos aqui! A gravação se passou há alguns meses (por isso a insistência em temas como a morte de Michael Jackson), mas ainda assim é um bom aperitivo e um bom motivo para continuar com esse projeto tão lindo, maravilhoso, gay...

Enfim, nessa edição, entrevistamos o acima de tudo nordestino Kenta, com seu indefectível sotaque de pernambucano misturado com interior da Paraíba. Entenda a sensualidade por trás de seus enormes dedos e curiosidades do usuário considerado mais lento do canal. Infelizmente sem a minha participação oficial (bruN0), mas com a presença especialíssima de Apoka (não-tão-Diretor-Malvado-assim) e Morbak (com uma ascenção meteórica de entrevistado para entrevistador improvisado), além da tradicional apresentação da voz mais sexy do canal (Lake) e de obviamente termos a presença da nossa "platéia".

E que saia o Schizocast #4 antes do fim do ano!

 Schizocast 03 by schizo
Anexos:

Alguns desses anexos são necessários para o entendimento total desse Schizocast.
Grande hentai, protagonizado por Chou e Kenta, citado acima.
Apesar das nossas tentativas de anexar a esse post fotos das kentetas e dos dedos desproporcionais do nosso entrevistado, não foi possivel encontrar tal arquivo. Entraremos em contato com o mesmo para que essas fotos sejam adicionadas ao blog em breve.

Obrigado pela compreensão.

Edit por Lake

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Um pouco de nostalgia e um bocado de reflexão

por Apoka.


Hoje, no Fórum UOL Jogos, li um tópico muito interessante. O autor dele não sabe a autoria do texto, e, com uma breve e rasa pesquisa, também não descobri quem o escreveu. Fica a dúvida: Veríssimo ou Quintana? Bem, retrata a nostalgia sobre a infância das crianças nas últimas décadas do século XX (provavelmente até a década de 70 ou 80). Antes de comentar sobre o texto, deixarei-o aí, com algumas alterações quanto à sua estrutura, para que você já possa refletir um pouco.


"(...) É dificil acreditar que estejamos vivos até hoje!


Quando éramos pequenos, viajávamos de carro, sem cintos de segurança, sem ABS e sem airbag! Os vidros de remédio ou as garrafas de refrigerantes não tinham nenhum tipo de tampinha especial nem data de validade...


E tinha também aquelas bolinhas de gude... As que vinham embaladas sem instrução de uso. A gente bebia água da chuva, da torneira e nem conhecia água engarrafada! Que horror!


A gente andava de bicicleta sem usar nenhum tipo de proteção e passávamos nossas tardes construindo nossas pipas ou nossos carrinhos de rolimã... A gente se jogava nas ladeiras e esquecia que não tinha freios, até que déssemos de cara com a calçada ou com uma árvore...  E, depois de muitos acidentes de percurso, aprendíamos a resolver o problema... SOZINHOS!


Nas férias, saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo; nossos pais às vezes não sabiam exatamente onde estávamos, mas sabiam que não estávamos em perigo.


Não existiam os celulares! Incrível! A gente procurava encrenca. Quantos machucados, ossos quebrados e dentes moles dos tombos! Ninguém denunciava ninguém... Eram só "acidentes" de moleques: na verdade,
nunca encontrávamos um culpado.


Você lembra destes incidentes: janelas quebradas, jardins destruídos, as bolas que caíam no terreno do vizinho? Existiam as brigas e, às vezes, muitos pontos roxos...  E mesmo que nos machucássemos e tantas vezes chorássemos, passava rápido; na maioria das vezes, nem mesmo nossos pais vinham a descobrir...


A gente comia muito doce, pão com muita manteiga... Mas ninguém era obeso... No máximo, um gordinho saudável... Nem se falava em colesterol... A gente dividia uma garrafa de suco, refrigerante ou até uma cerveja escondida, em três ou quatro moleques, e ninguém morreu por causa de vermes!


Não existia o Playstation, nem o Nintendo... Não tinha TV a cabo, nem videocassete, nem computador, nem Internet... Tínhamos, simplesmente, amigos! A gente andava de bicicleta ou a pé.  Íamos à casa dos amigos, tocávamos a campainha, entrávamos e conversávamos...


Sozinhos, num mundo frio e cruel... sem nenhum controle! Como sobrevivemos?


Inventávamos jogos com pedras, feijões ou cartas... Brincávamos com pequenos monstros: lesmas, caramujos e outros animaizinhos, mesmo se nossos pais nos dissessem para não fazer isso! Os nossos estômagos nunca se encheram de bichos estranhos! No máximo, tomamos algum tipo de xarope contra vermes e outros monstros destruidores... aquele cara com um peixe nas costas... (um tal de óleo de rícino).


Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros, e tiveram que refazer a segunda série... Que horror! Não se mudava as notas e ninguém passava de ano, mesmo não passando. As professoras eram insuportáveis! Não davam moleza... Os maiores problemas na escola eram: chegar trasado, mastigar chicletes na classe ou mandar bilhetinhos falando mal da professora, correr demais no recreio ou matar aula só pra ficar jogando bola no campinho...


As nossas iniciativas eram "nossas", mas as consequências também! Ninguém se escondia atrás do outro...


Os nossos pais eram sempre do lado da lei quando transgredíamos a regras! Se nos comportávamos mal, nossos pais nos colocavam de castigo e, incrivelmente, nenhum deles foi preso por isso!


Sabíamos que quando os pais diziam "não", era "N-Ã-O". A gente ganhava brinquedos no Natal ou no aniversário, não todas as vezes que ia ao supermercado... Nossos pais nos davam presentes por amor, nunca por culpa... Por incrível que pareça, nossas vidas não se arruinaram porque não ganhamos tudo o que gostaríamos, que queríamos...


Essa geração produziu muitos inventores, artistas, amantes do risco e ótimos "solucionadores" de problemas... Nos últimos 50 anos, houve uma desmedida explosão de inovações, tendências... Tínhamos liberdade, sucessos, algumas vezes problemas e desilusões, mas tínhamos muita responsabilidade... E não é que aprendemos a resolver tudo? E sozinhos... (...)"


Pois é. Isso me fez refletir um pouco sobre como foi saudável a minha infância, mesmo bastante diferente da retratada no texto. Aliás, relatando deveras superficialmente esse período da minha vida, não tive toda a liberdade do mundo, aliás, quase o contrário: tive muita superproteção; por exemplo, não poder andar de bicicleta porque o "brinquedo" era caro na época e eu poderia me machucar, ou não poder brincar na rua porque eu poderia pegar alguma virose ou infecção ou me sujar demais.


Enfim, parece saudosismo, mas não minto que vejo a infância das crianças de atualmente algo extremamente negativo (com exceção da enorme gama de informações disponíveis e acessíveis). Devido à falta de tempo e de amor dos pais para com os filhos, criou-se muita negligência e falta de responsabilidade na criação deles. O incentivo à criatividade e imaginação e uma relação afetiva regada ao ensino de tantos valores foi trocada por algo completamente superficial e envernizado. Os carrinhos foram trocados por celulares, uma comunicação muito mais próxima e socialmente saudável foi trocada pelas janelas de chat e IM (daí fica a minha hipocrisia, afinal, este blog é formado justamente por vários amigos que se reunem diariamente em um canal de IRC), os almoços e jantares em família foram trocados pelo jornal local e pelo Jornal Nacional, e as velhas brincadeiras foram trocadas pelos jogos eletrônicos.


Isso tudo, sim, é um horror. Apesar de hoje estar dissolvido nessa dura realidade, pergunto-me: aonde foi aquele nosso lado humano, que parece ter morrido na virada do milênio; se as crianças de amanhã abrirão os olhos e perceberão o verdadeiro significado de vivenciar uma infância, de ter uma família e de aprender a conviver em sociedade. É... os tempos são difíceis, e não é só para quem passa fome ou não tem onde dormir. O amanhã é um grande mistério.

domingo, 1 de novembro de 2009

Abrem as inscrições do IFPR... seria mesmo IFPR?

Entre 2005 e 2007 estudei na Escola Técnica da UFPR, um então setor da Universidade Federal do Paraná, com cursos técnicos e Ensino Médio, o qual cursei. A partir de 2007 começou um papo de transformação da Escola em IFET-PR, ou Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná. Não vou entrar na discussão de ser a favor ou não dessa transformação, primeiro porque não lembro muita coisa dos argumentos a favor e contra (só sei que eu, particularmente, era contra), e segundo porque a transformação já ocorreu. Hoje a ET-UFPR é oficialmente o IFPR - Instituto Federal do Paraná. Apesar que pelo menos na última vez que eu passei lá na frente tinha os dois nomes em destaque. Enfim, como a ET não abriu Processo Seletivo esse ano, considerarei então como falecida.

Eu já sabia que o IFPR existia há algum tempo, mas não tinha ouvido falar de Processo Seletivo pros seus eventuais cursos. Até que hoje encontrei a notícia sobre a abertura das inscrições do tal Instituto e resolvi verificar o Guia do Candidato. Curto essas paradas acadêmicas e tal.

Em poucos segundos batendo o olho pelo documento senti um certo déjà vu. Aquele formato não me era estranho.

Não vou falar muita coisa, só mostrar umas imagens que resumem. A imagem da esquerda é o Guia do Candidato do IFPR e na direita é o Guia do Candidato 2009/2010 da UFPR, mas de qualquer ano valeria. Clique nas imagens para ampliar.


 Há mais coisas que eu poderia colar aqui, mas acho que já ficou bem evidente. O edital do IFPR É UMA EDIÇÃO DO EDITAL DA UFPR.

Eu sei que pra muitos isso não deve ser grande coisa. Talvez não seja algo que interfira na qualidade do IFPR. Pode ser apenas o trabalho de algum estagiário preguiçoso. Mesmo assim, isso faz com que a pouca reputação que o Instituto teria comigo suma de vez. Desde os preâmbulos da sua fundação, - que foi um tanto forçada politicamente, diga-se de passagem - , até ver o projeto mudar de nome no meio - eu tinha lido o decreto já aprovado que fundava o local, como IFET - e até chegar ao logo feio e sem criatividade, nunca botei muita fé.

Você provavelmente já viu alguma propaganda recente do governo federal dizendo que "estamos ampliando o ensino técnico no país ohhhhh construindo milhões de escolas, louvem", e assim que são as tais escolas. Aqui, pelo menos, não construiram nada, só pegaram uma escola que já tinha tradição e uma base sólida de professores e mudaram seu nome, roubaram seus professores e transformaram o Diretor em Reitor, gastando mais dinheiro em salários e afins. Agora um INSTITUTO tem REITOR. Ok. Em vários locais do país estão transformando os CEFETs em Institutos Federais, apenas mudando o nome/logo e colocando uns cursos a mais. Mas na conta do governo é como se fosse tudo novo.

Não serei tão injusto. Estão construindo um prédio aqui onde era a ET-UFPR. Mas isso começou quando eu estudava lá normalmente ainda e nem se falava de IFET/IFPR, e pelo que eu vi nos últimos meses, acho difícil esse prédio ficar pronto até o começo do ano que vem, deixando na dúvida onde vão ficar os contemplados por uma das 845 vagas oferecidas pelo instituto em Curitiba.

Voltando ao edital, não colarei mais semelhanças com o edital da UFPR, deixando isso ao cargo de quem estiver interessado checar. Acredite, vai achar bastante coisa. Porém mais a frente, encontro uma página com algo que realmente superou as semelhanças até aqui mostradas.

Contemple:

Sim, isso está no edital do promissor IFPR. Pra quem não conhece, UTFPR é a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, o antigo CEFET-PR, lugar onde por acaso eu estudo. E por lá estudar eu naturalmente me inscrevi no vestibular, e me reparei com esse mesmo questionário. Que agora eu encontro aí, reproduzido fielmente, no edital do novo instituto. Não mudaram nem o nome da instituição. Copiaram até o fundo cinza do site de inscrições da UTFPR. Eu não tenho como mostrar essa página na própria página da UTFPR pois ela naturalmente só era exibida na época de inscrições, o que não ocorre mais, pois a UTFPR aderiu ao ENEM. Mas é possível ver um exemplo do layout cinza aqui. Não que isso seja necessário, pois o pessoal do IFPR não se deu nem ao trabalho de mudar o nome.

Enfim, só quis mostrar isso que observei  e para mim é muito descaso pra ficar escondido. Você pode acessar o edital do IFPR aqui e o da UFPR aqui. Não pretendo fazer curso técnico algum e, se for pisar no tal do IFPR, só por nostalgia pelos tempos de ET-UFPR. Mas, por aqueles que lá pretendem estudar, espero que a qualidade do ensino seja bem diferente do que se pode ver nesse documento.

Ponto positivo para o instituto (se isso for funcionar): abrirão um curso de Ensino Médio integrado com Programação de Jogos Digitais, o que deu muita vontade de ter 14 anos para cursar.

Bônus:
Eles devem ter achado que a palavra EDITAL vem de EDITAR e, portanto, deviam editar algum. Rá!

domingo, 13 de setembro de 2009

O fácil vício em jogos - Parte 2

Por Apoka.


Aproveitando esta onda de posts novos no blog resolvi, finalmente, dar continuidade à minha pequena série de posts sobre minha vida de jogador. Antes de começar a tratar do assunto desta parte, devo dizer que parei de jogar Zu Online pouco tempo depois da publicação daquele post e então passei a jogar Cabal Online até meados de dezembro do ano passado. Com alguns problemas com o jogo, acabei abandonando e comecei a jogar Shin Megami Tensei: Imagine, que durou um certo tempo até parar de jogá-lo. Daí relembrei os velhos tempos: PangYa, Dark Eden e FlyFF... Depois joguei Twelve Sky 2 por menos de um mês e agora estou num jogo da Atlus: Neo Steam. Bastante legal, recomendo. Pena que hoje em dia não tenho tanto tempo para jogar.


Enfim, vamos ao que interessa. Eu fiquei em dúvida entre escrever nesta parte sobre os jogos de PC mais importantes pra mim ou os de videogame, mas escreverei sobre os videogames e emuladores que tanto fizeram a minha infância e estão presentes na minha vida até hoje. Tentarei organizar o post em ordem cronológica, apesar de a minha memória ser ruim.


Test your might!




[caption id="" align="aligncenter" width="400" caption="Eu desbloqueava o Smoke dando porrada no videogame. :D"]Eu desbloqueava o Smoke dando porrada no videogame. :D[/caption]

Voltemos aos meus quatro ou cinco anos de idade... a primeira vez em que vejo um videogame e a primeira vez que jogo um. Este foi o dia em que joguei Mortal Kombat 3, do Mega Drive. Ahh, foi amor à primeira vista. Lembro que isso foi na casa de um primo meu, de BH, e ainda tenho algumas fotos; em uma delas dá até pra ver com quais lutadores eu e esse primo jogávamos. Acho que eu estava com a Sindel e ele com o Jax. Não importa. Meu tio percebeu que gostei bastante do "brinquedinho", e não só me deu o videogame, como todos os jogos de Mega Drive que meu primo tinha - que depois ganhou um Super Nintendo, ô, inveja. Em casa, lembro até que minha mãe jogava comigo e com meu irmão, e também das trapalhadas dela ao enfrentar o Motaro (como derrubar o aparelho dando um puxão na "manete", tentando se esquivar de um golpe dele). Enfim, se você é da pobre geração PlayStation 2 e posteriores, não perca tempo e jogue o bom e velho MK.


Vuash...!




[caption id="" align="aligncenter" width="399" caption="O início do jogo, quando o protagonista chega ao Digimundo."]Tela inicial de Sonic The Hedgehog 2

Eu poderia citar uns trinta jogos de plataforma que joguei muito no meu Mega Drive. Da dúvida entre três importantes que lembro, onde dois deles são Bubsy e Kid Chameleon, seria um pecado deixar de fora o maior clássico desse console: Sonic The Hedgehog! Eu não sei o que eu tinha na cabeça, mas não chamava aqueles amarelos e ofuscantes anéis do jogo de "anéis" ou "rings", mas sim de "argolas" (pombas, que criança dá preferência a uma palavra mais difícil de se pronunciar? Vai entender). Este jogo com certeza era o mais especial pra mim porque o Sonic era o herói de quem eu mais gostava, o mais veloz, o salvador dos bichinhos indefesos capturados e mantidos presos pelo malvado Robotnik. Também adorava as músicas do jogo (que eu sempre cantarolava junto ou assobiava) e as fases de corrida. Não consegui zerar Sonic 1 nem o 3, mas sim o que eu mais jogava: o segundo da série.

É, conforme vou escrevendo, percebo o quanto o Mega Drive foi marcante para mim. Além desses jogos, não devo me esquecer dos excelentes beat'em up dele, principalmente Streets of Rage e Golden Axe, jogos que passei muitas tardes e noites jogando.


Depois dessa febre no videogame, meu pai comprou nosso primeiro computador, em 1999. Aliás, era horrível. Travava direto, demorou um pouco até comprarmos um leitor de CD e eu não tinha muitos jogos interessantes. Mas deixarei isso para a próxima parte.


Eu não lembro se o Mega Drive deu problema ou se eu e meu irmão torramos o saco dos nossos pais para comprarem um novo videogame, mas isso não importa. O que importa é que realmente aconteceu; compramos um novo videogame: um PlayStation (do modelo caixotão, o PSX) usado, junto com alguns jogos toscos, pelos classificados de algum jornal de Guarapari, ES.


Agumon ou Gabumon?
O início do jogo, onde o protagonista chega ao Digimundo.[/caption]

Falar dos jogos de PSX em que me viciei é complicado, pois foram muitos jogos mesmo. Chrono Cross, Breath of Fire IV, Gran Turismo 2, Winning Eleven (e Pro Evolution Soccer e suas milhares de versões hackeadas), Street Fighter Alpha (não lembro qual, acho que é o 3 que tenho), Legend of Mana, Tenchu, Parasite Eve, Legend of Legaia, Castlevania: Symphony of the Night... Bem, escolhi o primeiro jogo e o que mais passei tempo jogando: Digimon World. Acho que comecei em 2000, quando o anime estreou na TV Globinho (na época de Bambuluá!) e uma edição da Revista Recreio publicou uma matéria sobre o jogo. Quando o comprei, foi só alegria. Até hoje acho Digimon World um dos melhores RPGs do PlayStation. Achava fascinante passar todas as tardes livres treinando meu digimon e alcançar seu último estágio, os combates com os chefões, explorar a Ilha Arquivo e usufruir de tantas outras coisas que o jogo oferece. Fica aí mais uma recomendação.


Finalmente: os emuladores!

Lá por volta de 2001, apertando um pouco o orçamento, pudemos colocar Internet em casa (discada, é claro). Lembro-me como se fosse ontem daqueles barulhinhos e chiados durante o processo de conexão (e com o tédio devido à espera eu acabava tentando fazer esses efeitos sonoros). Bem, logo depois descobri a emulação e, pra mim, aquilo foi o paraíso: finalmente poderia jogar os jogos (repita "jogar os jogos" mentalmente, até você também perceber o quanto é ridícula essa expressão redundante) de Super Nintendo que sempre sonhei. E foi o que fiz.



Com os meus chocantes 4 kB/s, baixei centenas de ROMs do SNES e pude então realizar esse adormecido sonho. Eu não sei nem por onde começar, quais jogos eu mais joguei, etc. Final Fantasy, Breath of Fire, Secret of Mana, Secret of Evermore, Illusion of Gaia, Terranigma, Top Gear, Samurai Showdown, Double Dragon, Teenage Mutant Ninja Turtles, Street Fighter II,  Ogre Battle, Chrono Trigger, International Superstar Soccer (especialmente seu famoso hack, o Futebol Brasileño '96, assunto de um post do Marcelo)... são tantos! Não querendo ser saudosista (mais que já sou), mas é um fato: nenhum videogame produzirá tantos clássicos como os antigos, especialmente o SNES (não é da mesma geração, mas também incluo o PSX).





[caption id="" align="aligncenter" width="400" caption="Não achei SS de alguma luta contra o rival. :("]Capa do RPG de SNES Terranigma

Terranigma, um verdadeiro jogaço. Você poderá ver que todos os jogos do Super Nintendo a que darei destaque são RPGs e realmente, nesta época foi o gênero mais marcante para mim. Voltando ao jogo, os fãs de Chrono Trigger que me perdoem, mas eu gosto muito mais de Overworld (da OST do Terranigma, música do mapa-múndi) que da Wind Scene (da OST de Chrono Trigger, música do mapa-múndi em 1000 A.C., creio eu). Não apenas sua trilha sonora é magnífica, como também seu sistema de combate, sua história e como ela se desenrola. Para os que gostam bastante de História, há referências muito interessantes no jogo.


Secret of Mana 2, ou Seiken Densetsu 3. De todos os RPGs clichês, a série Mana é uma das minhas favoritas. Não sei bem o que havia na história, que despertou minha atenção para este jogo, talvez a tentativa de explorarem um pouco da vida e da personalidade de cada personagem jogável, e o motivo pelo qual eles entraram na missão de salvar a Mana Tree. Outra coisa que me fez jogar SoM2 por bastante tempo é que o jogo é multiplayer, e até que dava pra dividir o teclado com meu irmão. Zeramos várias vezes, com personagens diferentes.


De volta ao PlayStation


O canhão de leitura do meu primeiro PlayStation pifou após dois anos de uso, mais ou menos. Nos anos posteriores, passei meu tempo livre principalmente nos emuladores, até que por volta de 2004 pudemos comprar um novo PlayStation, porém não era apenas um para a casa inteira, mas eu teria um só para mim! Sem mais delongas, melhor eu partir logo para dois dos jogos que mais marcaram esta época (dentre os que já citei mais acima).



a


Castlevania: Symphony of the Night. Eu já poderia parar por aqui, e já entenderiam porque este jogo foi tão marcante.  Os diálogos deste jogo, sem sombra de dúvidas, estão entre os melhores de todos. Quem já jogou com certeza se lembra (e TEM que lembrar) da cena retratada na imagem acima, com o diálogo de Drácula e Richter Belmont antes de sua última luta, ainda no início do jogo. E não é só isso que torna este jogo tão excelente: possui uma trilha sonora impecável, e uma jogabilidade magnífica. E gosto bastante do protagonista do jogo, o Alucard.



Legend of Legaia. Eu poderia citar como RPG marcante um Final Fantasy, um Chrono Cross, um Parasite Eve ou um Vagrant Story para encerrar essa parte do post, mas seria tão manjado... Então prefiro falar de um jogo tão bom quanto os clássicos, e menos conhecido. Eu não vejo nada de muito especial na trilha sonora desse jogo (tá, tem excelentes músicas sim), mas o que o torna um grande destaque pra mim é o seu enredo e o seu autêntico sistema de combate. O jogo explora bastante a personalidade dos protagonistas (exceto o personagem principal), como o passado de cada um e a forma como eles se inserem dentro do mundo do jogo. Enfim, é mais uma obra-prima lançada para o console, um must play.


Per...so...na...!


OK, eu critiquei a geração PlayStation 2, mas tenho que admitir... meu jogo preferido (dos consoles/portáteis) é justamente desse console. Aliás, "jogo" não, mas falarei de dois jogos que compõem parte dessa série de spinoffs de Shin Megami Tensei, o Persona 3 e o Persona 4.



Shin Megami Tensei: Persona 3. O que é a alma, afinal? O que é a verdade e o sentido pelo qual existimos? Por trás de toda a vida escolar que existe no jogo, P3 usa bastante essas questões filosóficas, além de elementos de culturas de várias partes do mundo, como conceitos cristãos, taromancia, mitologia greco-romana e também a oriental.


Este jogo está entre os meus preferidos por ser impecável em tudo. Sua história, sistema de combate, a forma como a personalidade de cada personagem (protagonista, coadjuvante, antagonista, todos! - menos os NPCs templates espalhados pela cidade e pelo colégio) é explorada (desde seus sonhos a seus conflitos emocionais e psicológicos), o sistema de dating sim (interagir e assim desenvolver laços com vários personagens do jogo, podendo ficar com algumas garotas também), sua trilha sonora e tantos outros fatores.


Enfim, é uma experiência sensacional do começo ao fim. Garanto que você ficará curioso para descobrir um pouco mais sobre o que são os "personas" e como o âmago de cada pessoa influencia em sua personalidade e em seu jeito de ser. Não sei explicar tão bem assim, então o único jeito de entender isso é jogando.



Shin Megami Tensei: Persona 4. Nesta seqüência, o jogo perde aquele ar "sombrio" e meio psicodélico que existia no anterior, agora apresentando cores mais vivas e uma temática mais leve, voltada para o humor. Leve? Na verdade não. Desta vez, P4 faz uma crítica ao tempo que desperdiçamos diante da televisão e a excessiva importância que damos à imagem que aparece nas telinhas mágicas, o que o torna muito interessante, talvez até mais  que o Persona 3. Eu não revelarei muito mais a respeito de sua história, mas aqui é mais explicado o que são os "personas", de que forma eles são descobertos e  como cada pessoa acaba perdendo sua personalidade por recusar o que realmente é, e assim vivendo sempre atrás de uma imagem.


Quanto aos aspectos técnicos do jogo, eu não preciso dizer nada. Shoji Meguro faz novamente um excelente trabalho com a trilha sonora do jogo, os gráficos do jogo são ainda mais trabalhados e o sistema de combate apresenta algumas novidades em relação ao anterior, aproximando-se bastante do sistema de combate dos RPGs clássicos. Com certeza é um jogo indispensável e, talvez, o meu preferido.


Gotta Catch 'em All!




Queria ter achado alguma screenshot de alguma luta contra o rival, mas tudo bem.[/caption]

Para finalizar o meu post, seria um sacrilégio deixar de lado o maior vício do nosso canal de IRC: Pokémon! Coloquei uma screen do Pokémon Ruby, pois geralmente são as versões do GBA que jogamos.


Creio que foi o bruN0 quem inventou o nosso sistema de seleção de pokémons. Fazemos algo bem interessante: um sorteio de seis pokémons (dentre todos os 386) e montamos uma equipe para usá-la até o final do jogo. Caso algum pokémon seja muito ruim ou a equipe não possa usar todas as HMs, trocamos um deles, ou mais.  Foi bem divertido da última vez que fizemos essa maratona (eu estava sem internet, aliás); consegui terminar o jogo com um grupo complicadinho: Illumise, Octillery, Noctowl, Aipom, Piloswine e Blissey, como você pode ver na imagem abaixo.





[caption id="" align="aligncenter" width="400" caption="League Champion!"]League Champion![/caption]

Pois é. É inevitável que esses malditos jogos viciantes não façam parte da nossa vidinha nerd. Mas também: para que nos preocuparmos tanto com os problemas do mundo e do nosso cotidiano, se podemos sempre nos divertir ou nos estressarmos enfrentando monstros gigantes, salvando o planeta ou a princesa, tornando-se um mestre pokémon?

Então, você aí que está de cabeça quente com o trânsito que enfrentou hoje, com uma discussão com a(o) namorada(o), com suas notas no colégio que vão mal, com seu dia de cão no trabalho, procure no fundo da sua gaveta de roupas íntimas aquele jogo preferido, insira-o em seu console ou em seu computador (ou simplesmente abra a ROM ou ISO em seu emulador) e divirta-se!... A vida é tão breve.

MALDITOS AMARELOS X

Antes de começar, explico: amarelo é uma forma de fazer referência aos seres asiáticos-orientais-olhos-puxados-fritadores-de-pastel em geral. Indivíduos que, em geral, apesar de serem compostos por diversas etnias, costumam ser todos bizarros. Termo vindouro, pelo menos para mim, do Baú de Jogos <- bom site, recomendo.

Seguem alguns exemplos de coisas doentes amarelas:

Máquina de calcinhas usadas
Hentai em geral:
Cara, tem coisa que eu me recuso a colar links ou sequer procurar pra ver. Mas o setor pornográfico dos amarelos é algo que desafia a sanidade humana. Desde o básico yaoi (gay) até o TENTACLE RAPE, pode-se encontrar de tudo. Há o goru, modalidade que envolve morte e desmembramentos.

Essa imagem da própria Wikipédia prova que os amarelos são assim há séculos. Aliás, tentacle rape me leva a...

OCTOPUS FUN
Procure isso por sua conta e risco.
Existe o Bukakke também.
Sobre os otakus, tanto daqui quanto os de lá, prefiro não comentar.

Na música, dentre as muitas doentices, existe o Visual Kei, o qual você pode observar na imagem mais a frente.

Japonesas grávidas tiram a roupa em nova tendência
Japoneses se apaixonam por personagens de animês e jogos
Mas calma, não vim aqui falar de algo tão doente assim. Na verdade nem chega perto disso. Mas não deixa de ser mais uma coisa doentia nipônica.

O X Japan voltou. Uma das maiores bandas do Japão (quiçá a maior), que encerrou as atividades em 1997 basicamente por mimimis do vocalista Toshi (o cara, por exemplo, arranjou uma religião amarela bizarra aí, que não deixava se apresentar em público, e é envolvida com pedofilia e ataques terroristas). Em 1998, o guitarrista hide (que tinha cabelo rosa e usava guitarras e roupas verdes, um típico mangueirense) se suicidou, acabando com planos de um retorno em breve da banda.

Passados mais de 10 anos e finalmente a esperada reunião aconteceu. Primeiramente mostraram a música I.V., que estreou no filme Jogos Mortais IV, e logo marcaram os shows do retorno. É aí que eu quero chegar.

Uma recapitulação, antes.

Originalmente chamada apenas de X, a banda surgiu na terra amarela em 1982, tendo seu primeiro álbum lançado em 1988. O já citado Toshi conheceu o baterista/pianista/compositor/maestro/guitarrista/empresário/emo Yoshiki na escola e a partir daí a banda se formou e conquistou os amarelinhos. Além de hide, se juntaram também o simpático guitarrista Pata e o ex-baixista Taiji, sendo substituído posteriormente por Heath.

Preguiça de desvendar qual é qual pra escrever aqui
(sim, os amarelos basicamente são iguais a Madonna e não usam o sobrenome; sem contar hide, cujo nome deve-se escrever assim mesmo, com minúscula)

Como já disse, o primeiro álbum foi lançado em 1988. Se trata de Vanishing Vision, e é um tapa na cara dos amarelinhos, começando pela capa. Músicas como Sadistic Desire, I'll Kill You e Vanishing Love evocam o espírito headbanger de qualquer um. Há ainda a balada não-melosa (algo que mais para frente se tornaria impossível) Alive e o grande clássico Kurenai.

GROAR
No ano seguinte chega às lojas Blue Blood. Continuam os petardos: Blue Blood, Orgasm, a épica Rose of Pain (que música, que música!) e o "hino" X, que para mim é superestimada. Há mais músicas divertidas também, como Easy Fight Rambling e Celebration. Aqui começa a era das baladas choramingantes, com Endless Rain. A partir desse álbum a banda começa a ficar famosa na terra dos otakus.

Em 1991 é lançado Jealousy, e mais músicas doidas. Miscast, Joker, Desperate Angel, entre outras. A tradição iniciada com Endless Rain continua aqui, com a mais melada ainda Say Anything. Mas há espaço para Voiceless Screaming, que remete à Alive.

Por volta de 1992 a banda então muda seu nome para X Japan, porque nos EUA já tinha uma chamada X. (mamãe queremos ser internacionais) Aconteceu por aí também a troca do baixista.

Em 1993 a banda lança Art of Life. Art of Life. Anote esse nome. Que música, leitores, que música! O álbum possui apenas a música-título, que dura 29 minutos. Há partes brutas, lentas, solo de piano. Definitavamente uma música que merece um álbum só para ela. Foi tocada mínimas vezes ao vivo. Sendo que foi lançado em 1998 um álbum chamado Art of Life Live, contando apenas com uma versão ao vivo da mesma, aqui com 34 minutos.

Por fim, em 1996 é lançado Dahlia, até hoje o último álbum de estúdio da banda. O som está muito diferente: há baladas demais, pouco se lembra daquela banda bruta de Vanishing Vision. E mesmo as músicas agitadas têm um melodramazinho em algum momento. A exceção fica para as porradas Scars e Drain. Drain é uma boa música, mas a sua bateria eletrônica realmente é dispensável. Mas eu o considero um bom álbum. Também foi lançado apenas em single a música Forever Love, outra baladenha grande e melosa. Legal, no entanto.

Um ponto positivo da época de Dahlia: passaram a se vestir como gente. Ou nem todos
Até que em 1997, devido aos já citados mimimis de Toshi, a banda resolve se separar. Finalizam com um último show no Tokyo Dome, em 31 de dezembro (data que nos últimos anos sempre tocaram lá). Esse show ficou conhecido como The Last Live e lançado alguns anos depois.

Sobre tal concerto, devo tecer alguns comentários.

Desconsiderando playbacks, instrumentais enroladores e solos xaropes de Yoshiki, temos 12 músicas. Sim, doze. Para o que seria o ÚLTIMO SHOW da banda, eles tocam míseras doze músicas. Sendo cinco do último álbum, e Forever Love sendo outra. Que merda, vai dizer. Para finalizar, uma música totalmente chata, longa e nonsense que fizeram pro final, The Last Song. Desnecessária. Basicamente, foi o mesmo que um show da turnê de Dahlia. Fazendo as mesmas desconsiderações, o ao vivo de 1992 On the Verge of Destruction possui 13 músicas (14 com Es Dur no Piano Sen, boa música).

Os fãs amarelos babões me amaldiçoarão dizendo que foi muito emocionante, teve o abraço de Yoshiki com Toshi ohhhhh choramings.

Em resumo temos: uma grande banda, com 3 excelentes álbuns, uma mega música que é uma obra de arte, e um último álbum também bom, apesar das ressalvas. E shows xaropes.

Eu esqueci de contar a duração do The Last Live: são pouco mais de 3 horas.

Você lembra quantas músicas eu disse que tinha?

Poizé.

Enfim, passam os anos, a banda se reúne, e por aí vai. Andei meio por fora das novidades, no máximo dei uma ouvida em I.V. Até que recentemente esbarrei com uma gravação profissional de um dos shows do retorno, que passou na tevê amarela, e resolvi assistir, pra ver qualé a da volta dos caras. Se trata do show no dia 2 de maio desse ano, no Tokyo Dome.

Quanto tempo tem o show? 3 horas e 18 minutos.

Quantas músicas? 11. Sendo legal na contagem.

Quantos desfiles de moda? 1.

Quantos fantasmas tocando? 1.

wait
wat

Então, apertei o play e mandei ver. Depois de minutos de enrolação, aparece Yoshiki no piano com Toshi cantando Rusty Nail. Desconsiderarei o fato de que num show de alguns meses antes fizeram o mesmo, mas com Blue Blood. Logo então começa a música de fato (com o clássico playback do começo). Vejo então a mesma voz lá anunciando e tal "hello Tokyo" e começa a falar o nome dos membros da banda, cada um seguido de orgasmos por parte da plateia amarela, culminando no delírio ao ser apresentado Yoshiki. Não me surpreende o fato de também ser anunciado o nome do falecido hide, afinal, eu já esperava por homenagens. Porém não foi só nessa hora que aconteceu. Alguns segundos decorridos da música, me deparo com a seguinte imagem:

SOCORRO FANTASMAS
"???????" quem conhece a banda pensa. "Ué, ele não tinha morrido?" o leitor mais atento ao texto questiona. Sim, é hide, o guitarrista falecido há mais de 10 anos. Ali, maroto, como se tivesse no show. Ok, deixo passar, achando que é só uma coisa simbólica ali no começo. Porém segue assim até o final do show.

Sim, a todo momento intercalam imagens de hide no vídeo como se ele tivesse lá, correndo entre eles, tocando e cantando. Creio que também houve playbacks de solos dele, mas não posso afirmar com certeza.

Olha o rosa e verde, bem estiloso
Na boa, achei isso muito ridículo. Não que eu seja contra homenagens, ou queira 'desrespeitar' o guitarrista, mas isso é demais. A banda está aí hoje, eles tem um guitarrista substituto. hide se foi, ele NÃO está lá tocando, ele poderia ficar fora disso. Uma homenagem ou outra, num momento específico, para mim não teria problemas. Mas intercalar essas imagens dele a todo momento, como se ele tivesse lá, para mim foi muito sem noção.

A tecnologia lá é tanta que além de colocarem o hide no vídeo conseguiram projetar ele no palco
Por exemplo, mais para frente no show, aparece um vídeo de hide cantando Celebration enquanto Pata toca. No final há um boneco de hide no palco. Ou como no clipe de I.V., onde há uma guitarra dele no palco. Só isso bastaria. Mas não, os caras colocam ele na tela toda hora. Típico amarelismo.

O baixista Heath parece ter vindo de um Final Fantasy direto para os palcos
Pelo menos hide era um cara legal. Mas pior que isso são as babações por Yoshiki. O solo dele é podre, chato e sem graça. E ele fica batendo naquela bateria e se fazendo de cansado ou qualquer coisa assim, como se fosse grandes bosta. E os solos de piano então, que tem toda hora, outra chatice. MAS PIOR é quando ele decide falar, no final de X. Fica meia hora gritando com a voz tosca "WE ARE" pros amarelos completarem com "X", e grita, se joga no chão, rola, enquanto eu vejo com minha cara de entediado e sinto vergonha alheia. Até procurei vídeo disso para partilhar a vergonha, mas infelizmente não encontrei.

"Hehe"
Depois de Rusty Nail tocam Week End. Desconsiderarei o fato de ser a mesma sequência de abertura da Dahlia Tour/The Last Live. Logo após, eles tocam uma nova música, Jade. Bons riffs pra começar, versos com o baixo bem nervoso, pesada quase ao estilo dos bons tempos. Mas a música chega no refrão e... vira uma balada. Será que eles não tem capacidade de escrever algo que seja uma constante, sem ser uma balada inteira ou ter partezinhas assim? Lembrando que acontece o mesmo em I.V... Mas é boa essa Jade. No aguardo de um eventual lançamento.

Não citarei os muuuuuuuitos tempos sem nada acontecendo entre uma música e outra porque ficaria chato, mas considere isso entre uma e outra. Por que caralhos os caras precisam tanto disso? Será que estão tão velhos que ficam sem fôlego então vão lá atrás e ficam usando tubos de ar pra respirarem e conseguirem voltar pra mais uma música?

"Vem cá Yoshi, deixa que eu te levo lá pra trás"
Outro fator irritante são os playbacks. Uma banda onde o baterista e o pianista são a mesma pessoa não poderia dar coisa boa na hora de tocar. É muito triste ver lá, Yoshiki no piano e a bateria parada, enquanto o som de bateria rola forte no fundo. Cara, fizesse playback do piano na pior das hipóteses, deixasse sem piano ou mandasse um random tocar. Mas não, ninguém pode assumir as funções do grande Yoshiki. Grande retardado. Ele também surge e fica sorrindo retardadamente (ok, inclua isso em todas as vezes que ele for citado) e joga flores pra plateia. Praticamente um Roberto Carlos.

"Nããão, volta aquiiiiiii!"
O guitarrista novo é neutro, o tal do Sugizo. Era de alguma banda aí. Vou relevar o fato dele ser considerado o sexto membro da banda. Ele toca violino antes de Dahlia, inclusivo as linhas vocais. Achei bem legal. E logo depois Toshi canta uns versos no mesmo estilo que cantou antes de Rusty Nail, bem original e tal.

Ache o contaminado por gripe suína na plateia; isso já em maio!
Não-amarelas! Detalhe que devem ser as únicas sem o pauzinho nas mãos

Enfim, é no meio do show que a palhaçada chega ao seu ápice. Num certo momento, começam a acontecer umas porras muito drogadas. Uma música estranha com uma mulher começa e logo aparecem um monte de amarelas caracterizadas dançando uma música estranha qualquer. E só vai piorando. Aparece um ser (não consegui determinar seu sexo) dançando sozinho no meio. A música muda, e mais amarelos bizarros aparecem. E DAÍ TIPO DO NADA COMEÇA UM DESFILE DE MODA

UM DESFILE DE MODA

NO MEIO DE UM SHOW DE ROCK

WTF

Amarelas fazendo amarelice

Tipo, qual a moral? O que minha mãe iria achar se me visse vendo um desfile de moda no PC? Eu só sei que é algo, naturalmente, da cabeça amarela doentia de Yoshiki, pois as músicas tem algo a ver com um projeto dele chamado Violet UK, que basicamente nunca lançou porra nenhuma.

Um típico show de rock
X Japan Fashion Week. Detalhe no fundo, tente entender

Acabada a palhaçada, tem mais um momento emo de Yoshiki, onde fica tocando uma música orquestrada qualquer e ele fica lá parado, fazendo nada. Até que começa seu solo de bateria, e eu prefiro nem comentar de novo essa merda.
"Tô com sono, gritem mais pra eu ficar acordado"
"zzzzzzZzZZZZzzzzzzzz"
"Opa, tá tudo bem agora"

Um pouco mais pra frente tocam I.V., mas perdem meia hora só resmungando as palavras do refrão antes da música. Um pouco eu acharia legal, a melodia é bonita, mas cansou. Foi maior que a música eu acho. Enfim chega a última música, Endless Rain, com direito a Yoshiki no piano e a bateria soando. Nem vou comentar que levam anos pra terminar de enrolar e acabar logo o show, cansei.

"É, cansei também"
Finalizando, o que quero dizer é que o X Japan podia ser muito melhor. Eu acho que o espírito de lendas realmente subiu a cabeça deles, e fazem esse monte de tranqueiras no palco. Tendem a criar músicas enormes para serem cada vez mais épicas, melosas e que possam ser bem enrolativas nos shows. Eu gosto da banda: as partes do show em que eles tão realmente tocando sempre foram e continuam excelentes. Mas essa zona toda aí não dá.

Tocar pra quê?
Vídeo de Rose of  Pain, em versão acústica:


BÔNUS:

Yoshiki fez uma parceria com a Hello Kitty para lançar os YOSHIKITTYS.

Acho que a Pucca combinaria mais, por já ser oriental
BÔNUS 2011: