segunda-feira, 28 de dezembro de 2009


2009 foi um ano de grandes lançamentos musicais - em quantidade e qualidade. Eu como sou curioso acabo por ouvir desde os lançamentos esperados a tudo que vejo pela frente e imagino ter uma chance de ser interessante, o que não raramente me traz boas surpresas. Mas esse ano acabou sendo mais do que o normal, pois é de longe o ano que mais tenho produções sonográficas para desfrutar.

O certo seria eu fazer um review decente e exclusivo para cada álbum, mas como tenho preguiça, acabo deixando pro final do ano. Mas ano que vem tentarei mudar! (já disse isso algumas vezes) Então, como tá tudo aí, não farei resenhas muito completas.

Resolvi então escrever sobre tais lançamentos. Como tem muita coisa e não tenho forças pra falar de tudo, resolvi fazer primeiramente um Top 18 dos melhores do ano, e adiante mais alguns comentários diversos. Por que 18? Porque deveria ser um Top 20, mas fiquei com preguiça de escrever sobre os dois últimos... (a saber, seriam: Diablo Swing Orchestra - Sing Along Songs for the Damned & Delirious, e Hollerado - Record in a Bag)

Comecemos pelo ranking. Não foi difícil fazê-lo. Seria difícil se eu fosse realmente ouvir tudo com cautela, avaliar cada ponto, ver os defeitos. Foi uma ordem feita casualmente, seguindo o que meu gosto diz. Portanto não é algo pra ser realmente levado a sério, até porque eu mesmo fico em dúvida com certas posições (por exemplo, qualquer um dos cinco primeiros poderia ocupar a primeira posição; tudo depende do meu humor). Além disso, música é algo que se gosta aos poucos. Um álbum que eu não tenha dado a devida atenção (ou sequer conheça) pode ser o primeiro daqui uns anos... Portanto, não leve a ordem tão a sério.

"I still haven't found what i'm looking for"
18. U2 - No Line On The Horizon
Eu esperava bem mais desse novo do iu tiu. Não sou um grande fã deles, mas apesar de tentar acabei por não simpatizando muito com esse álbum no geral. Ainda mais de todo o blábláblá por cima do álbum antes de seu lançamento (ohhhhh fomos pra Ìndia ou whatever, fizemos sexo tântrico com os nativos e aprendemos técnicas milenares de música, estamos muito inspirados e vai ser o melhor álbum de todos os tempos). Mas há bons momentos: No Line On The Horizon, que tem uma sonoridade mais alternativa e ficou legal, Unknown Caller, I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight. Simpatizo também com o primeiro single, Get On Your Boots, música direta e divertida. Mas o maior destaque realmente é Magnificent, grande música.

17. Joe Perry - Have Guitar, Will Travel
Outro álbum que eu esperava muito mais é este, que é o segundo solo do grande guitarrista do Aerosmith Zé Pereira (desconsiderando o Joe Perry Project). Numa primeira ouvida, achei bem fraco e até mesmo ruim, mas dando mais uma chance percebi que há boas coisas ali. A primeira faixa, We've Got A Long Way To Go, é bem simpática. Slingshot, a baladinha Do You Wonder, a divertida Somebody's Gonna Get (Their Head Kicked In Tonite) e Scare The Cat são alguns outros destaques. No geral é um bom álbum, mas eu dou essa posição baixa pois esperava algo mais rock and roll ou mesmo blues sem frescuras (talvez algo no estilo do álbum Honkin' On Bobo), mas esse vocal distorcido do Perry em praticamente toda música que ele canta (por sorte um vocalista encontrado no YouTube (!!) canta em algumas) é realmente chatinho. Pra mim repetiu os mesmos erros do álbum anterior dele, de 2005.

16. Queensrÿche - American Soldier
Conheci o Queensrÿche apenas esse ano (o que me fez perder o show deles aqui ano passado, que dificilmente se repetirá, devido ao minúsculo público lá presente), mas devia tê-lo feito antes, pois é uma grande banda. Não conheci a fundo ainda, na verdade, mas chegarei lá. Porém eles estavam capengando, vindo do decepcionante Operation: Mindcrime II, de 2006. Se conseguiram superar esse antecessor? Certamente. Mas não produziram nenhum novo clássico; longe disso. O álbum é irregular, dividindo grandes momentos (Sliver, Unafraid e principalmente Man Down!) com algumas coisas de qualidade duvidosa (The Voice, Remember Me, Home Again).

15. The Black Crowes - Before the Frost...
Definitivamente o The Black Crowes não é a mesma banda dos primeiros álbuns. No lugar das músicas divertidas e com guitarra forte, hoje predominam arranjos mais leves, mais violões e piano. Mas a qualidade continua! Apesar de eu não ter simpatizado de imediato com este novo álbum (assim como o anterior, Warpaint), aos poucos fui acalmando e encontrando boas músicas. Esse álbum (assim como o outro lançado ao mesmo tempo, ... Until The Freeze, que não se encontra nesse top) foi gravado ao vivo em estúdio, para uma pequena platéia. Seria difícil perceber isso, não fossem os sons da platéia ao final de cada música, pois a qualidade é realmente boa e você imagina ser um álbum normal de estúdio. Observando todos os detalhes das músicas, percebe-se mais ainda como o álbum é bem feito. É um disco legal de se ouvir em qualquer momento, devido ao seu clima leve. Destaques para Been A Long Time (Waiting On Love), Good Morning Captain, Houston Don't Dream About Me e, principalmente, I Ain't Hiding.

14. Gotthard - Need To Believe
O Gotthard é uma banda padrão. Desde 99 eles lançaram álbuns em todos os anos ímpares. Mas o principal: sempre com qualidade! A banda suíça, infelizmente não muito conhecida, faz um hard rock decentíssimo e de bom gosto. O álbum desse ano é Need To Believe, e mantém o padrão: músicas muito boas, pesadas e com sonoridade que poucas bandas de hard rock ainda mantém hoje. É difícil fazer destaques, pois o álbum todo mantém uma boa qualidade, mas ficam entre as melhores: Break Away, Unconditional Faith, Rebel Soul e Unspoken Words.

13. Lynyrd Skynyrd - God & Guns
Eu fiquei com um pé atrás antes de conferir esse lançamento do Lynyrd Skynyrd, pois eu tenho um certo receio de bandas que mudam sua formação como mudam de roupa (do atual Lynyrd Skynyrd, apenas um membro é do line-up original), e também porque achava que a banda já deu o que tinha que dar. Porém eu fiz bem ao ouvir o álbum, pois é muito bom! De fato é diferente da banda que fez sucesso nos anos 60 e 70. Variando desde músicas mais leves (acho que é isso que chamam de southern rock) como Still Unbroken, Southern Ways e That Ain't My America, até estilos mais festivos e próximos do hard rock, como Skynyrd Nation e Comin' Back For More. Enfim, qualquer que seja o estilo, o que importa é que o álbum é de grande qualidade, valendo sem dúvida a ouvida.

12. Bruce Springsteen - Working on a Dream
Brução Springsteen, o The Boss, vem fazendo nessa década uma carreira fenomenal: os álbuns The Rising, Devils & Dust, We Shall Overcome e Magic são todos excelentes. E para encerrar a década, ele solta mais um: Working on a Dream. Talvez não seja tão bom quanto os anteriores (de fato, fica atrás do anterior, o excepcional Magic), mas é ainda assim uma grande produção. Os maiores destaques do álbum ficam em suas extremidades: o ínício com a épica Outlaw Pete e o encerramento com a bonus track The Wrestler, música-tema do filme O Lutador, que rendeu o Globo de Ouro a Springsteen. O álbum tem alguns momentos baixos (Kingdom of Days, The Last Carnival), mas em geral é coeso e passeia por vários momentos: as belas e calmas Working on a Dream e Tommorow Never Knows, as animadas My Lucky Day e Good Eye. Enfim, um belo álbum acrescentado à já formidável discografia do Boss.
BÔNUS: Outlaw Pete possui uma grande semelhança com I Was Made For Lovin' You, do Kiss.

11. The Answer - Everyday Demons
The Answer é uma das bandas mais decentes surgidas nos últimos anos. A banda vem da Irlanda do Norte e estreou em 2006 com o grande álbum Rise. Seu estilo: hard rock do mais simples e direto, com influências de blues, lembrando às vezes os primórdios do The Black Crowes. E tanto como esse novo álbum como o de 2006 mantém essa qualidade do início ao fim. Essa banda certamente tem futuro, e fico fortemente no aguardo dos próximos lançamentos. Difícil fazer destaques nesse álbum excelente, mas para citar algumas ficam as violentas Dead Of The Night, Too Far Gone, e a saideira Evil Man.

10. Wolfmother - Cosmic Egg
O Lobomãe surgiu em 2005 com um grande debut e logo se tornou famoso. Ok, um monte de banda faz isso, restava aguardar pelo segundo álbum pra ver como ficava. Porém a banda teve problemas, trocou uns integrantes e o escambau, e enfim esse ano saiu o novo álbum: Cosmig Egg. Assim como o nome estranho, também é a música do Wolfmother. Com seus timbres de guitarra alternativos e a voz bizarra do vocalista Andrew Stockdale, a banda seguiu a premissa do primeiro álbum e não decepcionou. Com a adição de um novo guitarrista as músicas tomaram um certo peso, o que é percebido em várias músicas. E falando em várias músicas, o álbum conta com 16 faixas em sua edição expandida. E o principal é que basicamente não há músicas ruins no álbum. Mas há de se destacar: New Moon Rising, Cosmonaut, a faixa-título, White Feather, entre outras. Um álbum pra ser apreciado do começo ao fim. E que Stockdale e cia. continuem na ativa.

9. Megadeth - Endgame
Ano passado o Metálica voltou a ativa e lançou o decente Death Magnetic. Faltava, então, ver o que o Megadéti faria em reação a isso. Pois saiu o aguardado Endgame, e foi uma resposta a altura. Apesar de eu particularmente preferir o álbum do Metallica, este aqui é uma bela aula de metal nervoso from hell. O álbum começa com a instrumental e absurdamente foda Dialectic Chaos, e então emenda com a mesma potência em This Day We Fight!. Que sequência, caros, que sequência. Aqui já se percebia que O Megadeth tinha voltado a fazer coisas boas, o que tinha ensaiado no disco anterior, United Abominations. O álbum segue em alto nível com 44 Minutes e 1,320, e conta com mais petardos como How The Story Ends e The Right To Go Insane. Mas o destaque absoluto é Head Crusher. Cara, que música. Vou nem falar nada. HEAD CRUSHER.
BÔNUS: Dave Mustaine se parece cada dia mais com Renata Sorrah.

Medo! D:
Rua Richie Sambora, na sua cidade natal
8. Bon Jovi - The Circle
Não importa o quanto eu fale dos outros álbuns, sejam acima ou abaixo deste no ranking, no final o que eu mais ouvi dessa lista foi o do Bom Jovem. :D No geral eu gostei dele, acho que é melhor que o anterior, Lost Highway, mas não tem chance de se tornar um novo clássico ou qualquer coisa assim que sempre dizem quando eles lançam um álbum novo. Eu duvido fortemente que algum dia lancem algo que chegue perto dos quatro eternos (Slippery, Jersey, Faith, These Days), até porque o estilo é bem diferente. Mas nada impede que eu goste dos novos lançamentos. E nesse aqui temos várias coisas boas: o primeiro single e faixa 1, We Weren't Born to Follow, é facilmente cativante e divertida. Já na segunda faixa temos uma espécie de balada! O que nunca aconteceu numa faixa dois do Jovi. Mas não é qualquer uma: When We Were Beautiful tem uma atmosfera diferente do que a banda já fez, uma levada que cresce aos poucos. Realmente uma bela música para a coleção. Em seguida vem Work For The Working Man, mais uma daquelas que não parei de ouvir. O começo só no baixo e bateria (baixo copiado de Livin' On A Prayer, mas relevemos) também é meio atípico para a banda. O refrão dessa música é muito viciante! E adorei também a parte do solo, com voz em cima.
Em seguida vem a primeira balada de fato, Superman Tonight. Muito bonitenha. Em seguida vem a mais pesada do álbum, Bullet. Essa me lembrou a awesome Undivided, do Bounce, tanto em letra como no som. Enfim, eu poderia escrever um texto bem maior sobre esse álbum, mas pararei aqui porque não é o objetivo desse post. Por último, destaco também a bonitinha Love's The Only Rule.

7. Pearl Jam - Backspacer
Nunca fui de ouvir Pearl Jam, no máximo tive uma aproximação com a grande trilha sonora do filme Into The Wild (Na Natureza Selvagem), do Eddie Vedder. Então vi que foi laçado esse novo álbum e resolvi ouvir. E fiz muito bem ao fazer isso, pois Backspacer é deveras divertido. Com músicas rápidas e alegres, nas quatro primeiras faixas o ouvinte já está conquistado. A partir daí o CD dá uma acalmada, voltando ao rock alegre em Supersonic. As demais partes do álbum lembram a trilha de Into The Wild, com momentos excelentes como Amongst The Waves e Unthought Known. Enfim, rock and roll simples e direto, o suficiente para uma boa música.

6. Europe - Last Look At Eden
Em 2006 eu fiz esse post (não reparem na linguagem, eu era mais criança do que sou hoje) para o falecido Quem Morreu?, e nele concluí que o álbum anterior do Europe, Secret Society, foi o melhor daquele ano. Hoje certamente mudei de idéia, apesar daquele continuar sendo um ótimo disco. O seu sucessor foi lançado esse ano e eu fiquei ansiosamente no aguardo. Last Look At Eden continua a proposta atual da banda, que eu acho extremamente válida, de um hard rock moderno sem fugir do estilo. A sonoridade deste está diferente da dos outros dois álbuns da banda desde seu retorno em 2004, mostrando que eles não tem medo de mudar. Aqui os teclados voltaram levemente, como na nova baladinha New Love In Town, mas sem ter a mesma relevância dos anos 80. Todas as músicas aqui são boas, mas deixo um destaque para Only Young Twice.
BÔNUS: algumas interpretações desagráveis foram feitas sobre a figura da capa do álbum. Deixo para a imaginação do leitor fazê-las.

Tem gente que diz que vê algo invés das sementes da maçã...

5. Richie Kotzen - Peace Sign
O senhor Kotzen é uma máquina de fazer música. Lança discos praticamente todo ano, e só nesse foram dois, sendo que o outro também está nesse ranking. Sim, o cara fez dois álbuns do meu top 5. Então você já pode perceber que ele é bom. Depois do maravilho, incrível e fodástico Return Of The Mother Head's Family Reunion de 2007, onde inclusive pude presenciar o show do Richie colado no palco, esperei ansiosamente pelo novo lançamento. O álbum difere bastante do anterior, com certeza não sendo tão bom quanto ele, mas mesmo assim mantém o padrão RK de qualidade. Ou seja: praticamente não há músicas ruins, apesar das letras sem grande criatividade, o que é fortemente compensado na guitarra.
Como bonus track, um cover para I Want You Back dos Jackson 5, awesome.

4. Them Crooked Vultures - Them Crooked Vultures
Esse certamente foi um dos lançamentos mais random do ano, porém um dos melhores. A banda surgida do nada e formada por Dave Grohl (Foo Fighters), John Paul Jones (Led Zeppelin) e Josh Homme (Queens Of The Stone Age) lançou um álbum a priori estranho, com músicas complexas e difíceis de digerir de primeira. Mas passado o estranhamento inicial, o que se encontra é um grande álbum, que não me lembra nenhuma banda que costume ouvir. Enfim, é difícil definir isso aqui, mas músicas como Elephants, Scumbag Blues, Mind Eraser, No Chaser, Warsaw Or The First Breath You Take After You Give Up (que nome pqp), falam por si. Apenas ouça e admire.

3. Wilson Hawk - The Road

Ok, isso aqui imagino que menos de 2% dos leitores que por acaso (ainda) estiverem lendo esse post conhecem. Trata-se de um álbum alternativo do já citado Richie Kotzen, em parceria com o produtor Richie Zito. E aqui têm-se um álbum que foge completamente do estilo de Peace Sign ou da carreira do Kotzen em geral. Têm-se aqui um disco com forte influência de soul e R&B, estilos que sempre influenciaram o guitarrista. Richie Zito disse a Kotzen que ele nunca tinha feito um disco nesse estilo que tanto o influenciou, e daí surgiu esta pérola. É um disco maravilhoso de se ouvir, recomendado inclusive para aqueles que desconhecem o estilo (como eu). Ouça sem medo de ser feliz.

2. Kiss - Sonic Boom
Depois de 11 anos finalmente a banda do linguarudo lançou algo inédito. Histórias do tipo mimimi internet destruiu a indústria mimimi ninguém compra nada foram as desculpas dadas para o atraso. Eu acho que foi por preguiça mesmo, mas enfim. Prometido um disco direto, sem baladas, e aqui está. O novo álbum do Kiss (ainda me causa uma certa estranheza essa expressão, imaginava que nunca iria a utilizar), que tem nome de golpe de Street Fighter, não é nada revolucionário, as letras são as esperadas da dupla Simmons/Stanley, não possui novos clássicos como dos anos 70/80, mas cumpre a função esperada: um bom disco de rock, com riffs e solos característicos, e refrões poderosos que inspiram a cantar de imediato. Never Enough é demais! Assim como Stand, Modern Day Delilah, Hot And Cold. All For The Glory e When Lightning Strikes, cantadas pelos membros-empregados, são tão boas quanto as dos chefões. Esse disco é uma prova que os srs. Stanley & Simmons podem parar de frescura e continuar lançando musiquinhas, que todos agradecerão.

1. Chickenfoot - Chickenfoot
Enfim, o primeiro lugar. Me parece que supergrupos andam em moda ultimamente. Depois do Them Crooked Vultures já citado na quarta posição, eis que surge o vencedor: o Chickenfoot, formado pelos ex-Van Halen Sammy Hagar e Michael Anthony, o guitarrista Joe Satriani e o baterista do Red Hot Chilli Peppers, Chad Smith. Enquanto o Eddie Van Halen chora por aí e não lança nada, os expulsos Hagar e Anthony fazem a alegria da galera. E que alegria! Esse debut é simplesmente sensacional. A reunião dos quatro músicos gerou um disco de hard rock com tudo que se espera de um clássico. Músicas divertidas e festeiras, baladas bonitas, refrões pra sair cantando, grandes riffs e solos. Músicas como Sexy Little Thing, Oh Yeah, Get It Up e Runnin' Out tem que estar na playlist de qualquer apreciador de boa música. Definitivamente um grande álbum de uma banda que espero continue na ativa por muito tempo.

Boa banda.
Finalizado o top 18, ainda restam mais algumas coisas que gostaria de comentar.
Piores coisas que ouvi no ano:

Ace Frehley - Anomaly
Decepcionante. O eterno guitarrista do Kiss lançou este disco aguardado, mas seria melhor se não lançasse. Músicas sem inspiração e nada de interessante. Triste, triste.

Eric Martin - Mr. Vocalist 2
Meu amigo e vocalista do Mr. Big, Eric Martin, lançou ano passado Mr. Vocalist, onde interpretava músicas amarelas em geral que desconheço. Bem tosco. E ele retornou esse ano com Mr. Vocalist 2, dessa vez interpretando músicas de "divas"! I Will Always Love You, Time After Time, Hero, essas coisas. Ficou tão ruim quanto o anterior. Poderia ser um bom álbum se ele realmente explorasse sua voz, se tivesse um instrumental competente, mas nada disso. Dispensável.

De nada!
Helloween - Unarmed
Mano, que merda foi essa? O Helloween, para comemorar seus 25 anos, resolveu fazer um disco de regravações próprias. E basicamente pegou alguns de seus maiores clássicos e transformou em baladas horrendas. Vou nem falar muito que não quero lembrar disso. Destaque, porém, para a awesome The Keeper's Trilogy. Mas não deixe de conferir o clipe de Dr. Stein.

Mötley Crüe - Greatest Hits
Não, eu não entendo isso. O Mötley já tinha umas cinco ou seis coletâneas no mercado, sendo uma lançada em 2005, e lança essa porra aí! Sem contar que uma das coletâneas já se chamava Greatest Hits! AAAAAAAH

Álbuns ao vivo:
Não considero álbuns ao vivo numa lista dos melhores do ano, pelo menos não na mesma categoria. Mas gosto muito deles, sendo alguns indispensáveis. Aqui vão comentários sobre alguns lançados esse ano.

Iron Maiden - Flight 666 - The Original Soundtrack
MEIDEN MEIDEN! Assim estava eu naquele 4 de março de 2008, quando presenciei o Áiron na Pedreira Paulo Leminski (escrito no DVD como Padeira Paulo Leminski). Grande show. E essa turnê foi devidamente documentada e lançada no CD/DVD Flight 666 - The Original Soundtrack. E que lançamento! A performance da banda é perfeita, o áudio está excelente, e sobre as músicas nem precisa falar: de Aces High a Hallowed Be Thy Name, só clássicos do metal \m/. Cada música do CD é de um show da turnê, o que para mim é um fiel disco "da turnê", e não apenas um show. Wasted Years com Adrian Smith cantando algumas partes está demais. A rara Moonchild ao vivo, sensacional! Mas, obviamente, meu destaque definitivo é para a gloriosa The Clairvoyant, que foi retirada do show aqui de Curitiba. E com direito a Bruce gritando "Tchuritiba"!!!!!


Brução em Curitiba
Mr. Big - Back To Budokan
O Mr. Big é assim: eles têm 6 álbuns de estúdio e 8 ao vivos, sendo 6 desses ao vivos gravados no Japão. MALDITOS AMARELOS! E o último desses ao vivos é Back To Budokan, lançado nesse ano, que a banda retomou suas atividades. E temos aqui um repertório grande e com quase todos os clássicos da banda. Naturalmente, a fase Richie Kotzen foi deixada de lado, sendo tocadas apenas músicas dos quatro primeiros álbuns. A performance continua incrível, como se espera de quatro músicos formidáveis como esses (apesar de Eric já não cantar como antes). Certamente é o melhor ao vivo já lançado pela banda, com o repertório mais completo. E no aguardo da turnê de reunião passar pelo Brasil, e espero que gravem um novo álbum de estúdio.

Queen + Paul Rodgers - Live In Ukraine
Achei um tanto inútil esse lançamento, ainda mais que eles já tinham lançado um ao vivo. Os tios Brian May e Roger Taylor já deviam ter se aposentado. Felizmente o Queen + Paul Rodgers se desfez esse ano, e certamente você nem deu por falta. De novidades nesse ao vivo apenas duas músicas do simpático álbum The Cosmos Rocks (Cosmos Rockin' e C-Lebrity). De resto, mais do mesmo, que já não é muito bom. Portanto, passo.

R.E.M. - Live At The Olympia

Cara, o R.E.M. Eu não entendo como esses caras conseguem me surpreender cada vez mais. Gravado em 2007, durante cinco shows em Dublin, esse álbum é algo que poucas bandas tem coragem (e principalmente, capacidade e repertório de qualidade) para fazer. Depois do R.E.M. Live de 2007, com todas os clássicos esperados de um show do R.E.M., esse ano eles lançam este Live At The Olympia. "Dois discos ao vivo assim tão próximos, que sem criatividade", qualquer desavisado imaginaria. Mas o que temos aqui é uma seleção de músicas raras e quase desconhecidas, muitas músicas do então vindouro disco Accelerate, em versões ainda inacabadas. Como a capa já diz, são 39 músicas, e cada uma delas vale a pena. Redescobri muitos lados-B e músicas esquecidas, como o EP Chronic Town (tocado quase na íntegra aqui), cinco faixas do esquecidinho Fables of the Reconstruction, uma música da obscura coletânea Eponymous. É difícil encontrar palavras para descrever esse trabalho, somente ouvindo para entender. Os destaques são infinitos: These Days (que música, que versão, que bateria! Aliás, a bateria é excelente em todo o álbum), as músicas do Accelerate como I'm Gonna DJ, Horse To Water e Man-Sized Wreath, além da versão preliminar de Supernatural Superserious, denominada Disguised, as clássicas Cuyahoga, So. Central Rain, Drive e Electrolite, as inéditas Staring Down The Barrel Of The Middle Distance e On The Fly... Enfim, um disco próximo da perfeição.


The Black Crowes - Warpaint Live
Sim, além de dois álbuns de estúdio, o The Black Crowes lançou também um ao vivo duplo. Aqui, no primeiro disco, é tocado todo o álbum anterior, Warpaint, em versões geralmente com solos maiores. O disco dois conta com covers aleatórios. Para mim um lançamento em CD um tanto desnecessário, pois além de ser praticamente apenas um replay do disco anterior, a banda já tem dois outros álbuns ao vivo no catálogo.

Bônus final:
Massacration - Good Blood Headbanguers
Os mestres do metal voltaram! Mais engraçados ainda. O novo trabalho do Massacration conta com a brilhante presença de Falcão na faixa The Mummy, e músicas inspiradíssimas como Sufocator of Metal, Massacration, Good Blood Headbanguers, The Hymn of Metal Land. Mas nada, nada supera a obra de arte que é The Bull.

Eu tenho mais coisa que ouvi e gostaria falar, mas esse texto já está gigante o suficiente pra ninguém ler. Juro que ano que vem escreverei mais de cada coisa ao decorrer do ano e farei algo mais simples ao seu final. Algumas coisas que ficaram de fora: AC/DC - Backtracks, a coletânea do Foo Fighters, Heaven & Hell - The Devil You Know, Hysterica - Metalwar, o novo disco da Mallu Magalhães, Jet - Shaka Rock, Loaded - Sick, Orianthi - Believe, Silbermond - Nichts Passiert, Steel Panther - Feel The Steel, Sugarland - Gold and Green e Live On The Inside, Weezer - Raditude.

Enfim, é isso. Se alguém leu tudo, meus sinceros agradecimentos. Se alguém decidir ouvir aqui depois de ler aqui já tenho meu trabalho recompensado. E que venha 2010.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Schizocast 4 - Marcelo [Especial de fim de ano]

Promessa é dívida e o Schizocast voltou em sua 4ª e última edição de 2009!

Essa é a maior edição em termos de duração e talvez a mais divertida de todas. Além do mais, o entrevistado é um dos usuários mais essenciais e que também posta no blog. Marcelo foi devidamente sabatinado por mim (bruN0, finalmente de volta às gravações), Lake, Morbak (ft. microfone etéreo) e o eterno Diretor Malvado Apoka. E naturalmente, com a devida participação da plateia nos momentos devidos.

Os pontos altos notavelmente são os que nosso entrevistado teve que cantar Always do Bon Jovi e suas experiências amorosas não-tão-bem-sucedidas, sem contar as velhas histórias de Internerd, as peculiaridades do seu gosto musical e todos os motivos que levaram Marcelo a ser o primeiro AOP da #schizo a ser entrevistado no Schizocast. Por ser a última edição desse ano, queremos agradecer a todos que ouviram essas edições (até vocês que nunca tiveram saco pra comentar!) e... ano que vem tem mais!




Anexo:

CHINELINHAS
ÉPICO

Essa parte é pra quem quiser entender a parte em que falamos sobre as chinelas de Marcelo. Nada mais justo.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Fimose, circuncisão e problemas do gênero

Por bruN0


Se você é do sexo feminino, existe uma possibilidade de você ter comentado no post dos furúnculos, mas agora essa mensagem vai a todos do sexo masculino. Ou até mesmo a namoradas que já viram seus companheiros com esse tenso problema na hora das relações sexuais. Fimose.



Primeiramente, o que é fimose?

Olha, primeiro você tem que conhecer melhor o instrumento de trabalho que você utiliza diariamente. Se por algum motivo você teve dificuldades em expor a cabeça (ou melhor, em termos técnicos, a glande) para o mundo exterior sem um gemido de dor brutal, você possivelmente tem fimose. Existem vários graus que eu prefiro não ilustrar de maneira tão violenta aqui nesse post, mas nada que o Google não ajude. O grau I você não consegue ver NADA além da bitoquinha do seu pinto fimosado. O grau II parece que vai, mas não vai. O grau III é o mais chato, porque você consegue ver tudo, mas estrangula tanto a glande que você broxa de tanta dor.



Existem vários momentos de descobrir que você tem fimose, aqui vai alguns dos mais comuns:

• Você é curioso e resolveu tentar forçar abrir a entrada. Com certeza foi uma tentativa frustrada.

• Você descobriu numa aula de biologia que aquela entrada ERA SIM pra ter uma abertura mais livre e sem dores.

• Você viu um filme pornô (ei, não sejamos hipócritas!) e percebeu que a benga do Kid Bengala além de enorme era bem diferente do seu. Tem algo MESMO errado aí.

• E a pior de todas: você está no bem bom com sua namorada, quase lá. E quando percebe que precisa colocar a camisinha, vem o desespero, a dor, tudo junto... não dá. Simplesmente impossível.

E então você se revolta e diz "AAAHHH PRECISO CORRIGIR ISSO PQPQP POR QUE SOU TÃO AZARADO?!?!". A fimose pode ser de origem genética ou como resultado de "exercício mal-sucedidos" quando você tinha somente alguns meses de vida. Logo, se você tem fimose até hoje e não tratou, CULPE SUA MÃE. Ela com certeza sabe que você tem fimose e fez nada pra ajudar. :(

Prosseguindo com os pontos...

Ok, tenho fimose, comofas? É tratamento na faca ou no remédio?

Cada caso é um caso, meu jovem. No geral, o tratamento mais adequado se dá através da cirurgia (foto no início do post) chamada geralmente de circuncisão (o nome técnico é postectomia), mas CONSULTE UM UROLOGISTA. Ele é a pessoa mais adequada para julgar se você precisa tomar altos esteróides ou passar pela famigerada faca. Sinceramente, pelos efeitos e pelo resultado final, a cirurgia é a solução mais viável. Mas isso ao meu ver.

Agora vou dar meu sincero testemunho de quem teve fimose até janeiro desse ano e faz esse último post do ano (o meu, Marcelo deve soltar outro em breve). Não citarei nomes, mas eu já sabia que tinha fimose há vários anos. Mas depois de um incidente nada amistoso envolvendo uma camisinha, um quarto de motel e muita frustração com dor, descobri que aquele era o momento. Então lembrarei alguns dos piores momentos quando um jovem descobre que tem fimose tem antes de fazer a famigerada cirurgia.

A vergonha: Sim, falar para o pai ou a mãe que você tem fimose e precisa da cirurgia é essencial e óbvio. Mas não deixa de ser ridículo: eles são os teus pais, ELES SABEM QUE VOCÊ TEM FIMOSE, ANIMAL. Então abra o berreiro e diga que você precisa pro quanto antes.

O medo: Encarar um urologista mexendo no seu dito cujo e dizendo "é, só com cirurgia, volta na semana que vem" é bastante tenso. A cirurgia é bastante simples, mas basta refletir que é sua saúde que clama por isso. E sua namorada/ficante/rapariga também agradeceria.

E então vem a cirurgia, a anestesia (a segunda pior parte de todo o processo, são 4 agulhadas LÁ EM CIMA e a dor é impossível de medir em palavras) e... o famigerado pós-operatório. O urologista falou em um mês sem qualquer tipo de relação. E ele estava certo. Os três primeiros dias são os piores, muito sangue, muita dor, qualquer tipo de ereção dá um desespero enorme. Mas então é só tirar o curativo, esperar um tempo e... voilà, seu instrumento melhor que nunca! Então, FAÇAM A CIRURGIA, FIMOSENTOS. É essencial perder essa vergonha e encarar a realidade que você precisará fazer isso cedo ou tarde. E quanto antes, melhor.

Então, quem ler esse post, sinta-se à vontade para comentar seus causos antes, durante e depois desse problemas que aflinge tantos homens e ao mesmo tempo é motivo de vergonha para tantos homens. E das mulheres que já conviveram com homens com esse problema, claro. FALEM, FALEM, FALEM! </bottini>
Fonte: Wikipédia, Google e experiências pessoais.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Por que vicio em jogos velhos?

Por bruN0


Aqui vou continuar de maneira não-oficial (seria um spin-off?) o último post do Apoka, que fala sobre vícios em jogos. Aqui, argumentarei do porquê jogos antigos sempre me chamaram a atenção dos que os atuais. E não, não é só uma questão de nostalgia.


Como bom nerd, sempre fui um fã de jogatinas em geral, sendo elas singleplayer ou multiplayer. Apesar de possuir minhas preferências, não sou um cara exatamente exigente nesse sentido. Por limitações de ordem financeira, quase nunca pude jogar por tempo prolongado os "lançamentos" da temporada (e até das últimas), se resumindo basicamente às horas de locadora quando jogava num PS2 ou nos PCs mais potentes de amigos meus. É meio triste dizer, mas até abril desse ano, minha máquina não suportava sequer um emulador de N64 sem lerdar todos os outros processos do computador.


Isso criou um ambiente favorável a um nostalgismo exacerbado, muito calcado em clássicos dos anos 80 e início dos anos 90. Não me levem a mal os fãs de Crysis, GTA4, Fifa 2009 ou Fallout 3, mas certos jogos pré-históricos me divertiram (e continuam me divertindo até hoje, como o próprio título já diz) e marcaram de maneira muito mais intensa. Não é uma questão somente de achar que "AH MAS O BRUNO NUNCA TEVE UM PC QUE PRESTE POR ISSO NUNCA JOGOU ALGO COM GRÁFICOS LOKOS MIMIMI". Ou mesmo "O BRUN0 É SÓ MAIS UM NOSTÁLGICO DO TEMPO DO BUMBA!!!". Repito: são jogos que por me marcarem tanto, ainda jogo eventualmente, só não podendo ser mais porque sou hoje um trabalhador assalariado (o que não impede de postar nesse blog, já que comecei a escrever isso direto do escritório :D).






























O jogo "manager" com melhor custo-benefício ever

CHAMPIONSHIP MANAGER 01/02

Esse jogo para mim é um clássico. Sou um fã assumido de jogos de estratégia/simulação, em especial os de estilo manager. Apesar de posteriormente as duas empresas responsáveis pelo jogo terem se separado (Eidos, que ficou com o nome do jogo, e a SI Games, que ficou com a database) e o Football Manager ser um sucesso atualmente, nada me faz largar o Championship Manager (CM) 01/02. O motivo é simples:


É um jogo rápido, mas não menos complexo. O que vou falar aqui vale para esse jogo, mas também para tantos outros que possuem continuações anuais até os dias de hoje. No caso do CM, além de não ser necessário um PC de fato potente para rodá-lo de maneira convincente, o jogo em si é mais ágil. O fato é que em nome do chamado "realismo nos jogos", certas franquias tornaram-se estranhas a si mesmas. Essa edição de quase 10 anos atrás não é tão menos complexa que a edição atual do ponto de vista estratégico, que basicamente tem maior banco de dados, mais frescuras e uma repaginação visual. Enquanto no CM 01/02 sou capaz de jogar 5 temporadas em 1 semana (naturalmente, no auge do vício), no FM tudo é mais emperrado, burocrático. E me desculpem os puristas, mas quero um jogo para me DIVERTIR, não para ficar vendo todos os detalhezinhos e ficar babando por isso. Bleh.



FUTEBOL BRASILEIRO 96


O jogo em si não precisa ser descrito, é um clássico já descrito em outro post pelo Marcelo. Mas o ponto não é esse. Você, leitor, vai me dizer que esse tipo de jogo nada tem a ver com outros clássicos do tipo, como Fifa, PES (Pro Evolution Soccer) ou WE (Winning Eleven, nome anterior do PES, quando ainda possuía maiores raízes em terras amarelas), exceto pela temática futebolística. Além do mais, os jogos de futebol no SNES não primavam em ser simuladores, mas sim verdadeiros arcades, com direito a gols "do meio da rua" (seria a volta do FORTEBOMBA?) e narrações em portunhol. De fato, eu joguei horrores quando era pirralho, mas ainda o faço até hoje. Por quê? Além do mais, eu já tenho um PC razoável e suficiente para jogar os clássicos do gênero, mas continuo no FB.


Obviamente, existe o fator nostalgia de maneira bastante acentuada nesse caso. Mas algo se sobrepõe nesse jogo: o fator multiplayer dele é irresistivelmente viciante. Mesmo por um emulador, a diversão proporcionada em lances caricatos, gols absurdos e a aquela sensação gostosa e nostálgica de vencer seu amiguinho num jogo relativamente simples, mas ao mesmo tempo tão emocionante.



"CONSEGUIIII!", "FOGO!" e as famosas vozinhas são a alegria dos jogadores de WA.

WORMS ARMAGEDDON

O leitor mais desavisado talvez imagine que esse jogo nem seja tão antigo assim, visto que ele ainda é jogado com frequência por vários grupos espalhados na Internerd. Mas não, Worms Armageddon (WA) já tem incríveis 10 anos de existência, mas continua proporcionando diversão multiplayer como qualquer outro jogo da atualidade, como um Left 4 Dead da vida. A resposta está no seu formato originalmente único para a época (copiado posteriormente com fortes semelhanças pelo Gunbound), juntamente com as possibilidades de customização e o humor da série. Ok, eu falei isso tudo deduzindo que você saiba da existência desse jogo, ele é um CLÁSSICO. Se você é um autêntico lunático ou voltou de Marte nesse mês, WA consiste numa disputa entre turnos entre grupos de minhocas com o uso de armas tradicionais e não-tão-ortodoxas-assim, como bananas explosivas e um asno gigante feito de concreto/metal/god knows. O jogo é tão popular que recebeu atualizações até meados do ano passado. E não se espante se aparecer mais alguma por aí, WA é realmente de uma popularidade e fidelidade bastante razoável. Verdade que o modo singleplayer do jogo é também interessante, mas se você nunca teve o prazer de jogar uma granada nas minhocas dos seus amiguinhos (ui), você não sabe o que é diversão de verdade.




"Return me to Savara!"
Return me to Savara!

TYRIAN

Não são tantas pessoas assim que conhecem esse clássico jogo de naves que foi inicialmente lançado há quase 15 anos. Mas quem jogou sabe que mesmo passado tantos anos, raríssimos jogos do estilo chegaram perto do nível de beleza, versatilidade de armas e elaborada de história de Tyrian. Isso tudo sem cair na mesmice de jogos com qualidade absurda, mas pouco divertimento. Como explicar que um jogo como esse seja lembrado por mim, que nem gosta tanto do estilo e especialmente depois de tanto tempo?

Tyrian (na verdade, a versão demo dele) foi o primeiro jogo que encarei num computador. Isso mesmo, antes de Tetris, Paciência, Campo Minado, Copas ou qualquer coisa que fizesse sucesso num PC recém-comprado em 1995 ou 96, eu joguei Tyrian pela primeira vez. Imagina a cara de um moleque que sempre teve tendências nerd vendo um jogo como esse. O troço era tão único que eu nem tinha noção, mas tanto meu pai como minha irmã mais velha eram mais viciados que eu. E é fato, esse jogo me fascina até hoje.



YOU CAN'T GIVE IT UP! GO FOR IT!

STREET FIGHTER ALPHA 3

Eu poderia até mentir para vocês, dizendo que ainda jogo Street Fighter II. Até digo que esse foi muito mais importante na minha infância e soa muito mais nostálgico. Mas convenhamos, SFA3 tem mais de 10 anos e, apesar de conhecer há relativamente pouco tempo, mostra que jogos de qualidade realmente são atemporais. Na moral, por mais que lancem novas versões de Street Fighter, King of Fighters, Tekken, Mortal Kombat... poucos chegarão no nível de qualidade dessa belezura. A quantidade de personagens, a personalidade que eles impõem, os cenários e o som mostram que qualquer nível de relevância é pouco para o impacto desse jogo. Originalmente lançado em fliperamas e em consoles como PSX/Dreamcast, no PC ele é facilmente jogado utilizando emuladores voltados para jogos de arcade e um plugin de conectividade multiplayer chamado Kaillera. Jogar "PORRADA" com alguém é simplesmente único, além de ser acessível a quase qualquer PC atualmente.



Isso foi uma leve amostra, existe uma verdadeira infinidade de jogos (a maioria com cerca de 10 anos de existência, alguns até mais), seja para os nostálgicos de plantão que nunca querem esquecer a infância, seja para os jogadores iniciantes, que podem ver em certos clássicos uma qualidade que hoje não é perceptível na maior parte dos games. Por isso, não seja preconceituoso com o abandonware. Ele vai estar lá para qualquer momento.