sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Os grandes senhores do tempo.




Essa semana fomos bombardeados com uma imensa quantidade de informação sobre o que está acontecendo lá na fechada coréia do norte, por causa da morte de seu grande e amado Kim Jong-il, um grande admirador do mundo.

Todos nós, seres capacitados de um cérebro funcional, em alguma fase da vida, ficamos sabendo de que o Kim não era um mero humano, o grande ditador que nasceu no cume de uma montanha rodeada de pássaros que voavam para louvar o seu grande nascimento ao redor de um arco-íris duplo, também nascia naquele instante o grande senhor o qual era capaz de controlar o tempo.

Se você leu o último parágrafo, a chance de você pensar que tudo isso é um monte de mentira inventada para aumentar a imagem de um ditador diante de seu povo oprimido é muito, mas muito alta, eu também pensei isso. Agora a diferença de algumas pessoas para outras é que umas usam da sinceridade quando dizem que isso é uma mentira enquanto outras usam da hipocrisia para dizer as mesmas palavras.

Por favor, leia antes de continuar (ou se não quiser continuar também, o parágrafo ficou bonito):

A partir daqui começa o desenrolar de um pensamento que, com certeza, não é único, mas apagado. As palavras a seguir podem cair como flecha no joelho de algumas pessoas, não entendam isso como uma ofensa, ou que eu esteja tomando partido de religião X ou Y e por favor não assumam que eu seja A ou B, a intenção nesse post é evidenciar algumas verdades independente da visão religiosa que cada um possui.

O quão diferente são os causos que nós sabemos que ocorrem na coréia do norte referente ao seu ditador, de que ele não seja um mero humano, para os causos encontrado nos ensinamentos cristãos? Sabendo que muitas religiões se baseiam neles, entendam isso de forma generalizada e não um “ataque” ao cristianismo.

Por um lado temos Kim Jong-il, senhor que controla o tempo.
Do outro temos Jesus, nascido de uma virgem.

Por que para uma situação criticamos das mais variadas formas, questionando cada vírgula do que é pregado e ensinado na pequena terra comunista e na outra situação simplesmente somos obrigados a acreditar? A única diferença real é que na coréia, se não acreditarem eles são mortos e na outra se não acreditarmos somos mal vistos pela sociedade como hereges.

Até que ponto acreditar que um homem de fato nasceu de uma virgem, tinha a maravilhosa capacidade de transformar água em vinho, andar sobre a água, multiplicar peixes e pão, reviver pessoas passou a ser algo normal e aceito pelas pessoas de uma forma geral? Isso é algo tão rotineiro que não acreditar é simplesmente o mesmo que afirmar que o ar não existe né?

O assustador é que esse paralelo entre a coréia do norte e o cristianismo é tão gritante ao mesmo tempo que é sútil o bastante para que passe batido pelo público. A manipulação de massas e a forçação de crenças está tão viva e presente nos dois que ambos se negam a acreditar que não ser aquilo ou daquele jeito é impossível, do mesmo jeito que choram a morte de um ditador comunista com a dor da perda de um amigo próximo, choram todo ano a morte de alguém que existe até hoje, no livro.



Bonus: O mais triste de tudo? Ter que escrever e postar isso hasteando uma bandeira branca e protegendo meu joelho porquê eu sei que, por mais que eu diga que não, as pessoas vão considerar isso uma ofensa e se sentirem machucadas. E eventualmente me atacar sem nem pensar que a possibilidade de certo e errado ainda existe.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Tristeza que se transforma em coragem.

Tá foda. Sério.

Me chamem de melodramático, mas vou falar de coisas amorosas nesse post (q lindo). Essas coisas que fazem você virar do avesso até dar uma dor.

Alguns da schizo tão passando por essas coisas de uma forma ou outra, seja com paixões não correspondidas, seja com coraçõezinhos de cristal partidos, seja com sofrimento elevado ao infinito (meu caso). E isso é EXTREMAMENTE cansativo/triste. E quando chega aqueles dias que basta você ver alguma besteirinha que passa o dia praticamente em depressão é que a coisa aperta mesmo.

Como eu gosto de falar das coisas usando a mim mesmo como exemplo, vamo lá. 2011 veio e tá indo embora, e eu só corri atrás de uma guria. Eu não me arrependo de ter feito isso (e de continuar fazendo), mas vamos aos fatos:

1 – Passei o ano inteiro praticamente me torturando;

2 – Acho que já tive alguma oportunidade de mudar as coisas, mas não percebi/não tive coragem de fazer nada

Então. Me perguntam “mas pq tu ainda continua fazendo isso?” E minha resposta: por que eu literalmente não sei mais fazer outra coisa. Já passei tanto tempo nisso que agora é tarde pra voltar atrás.

Chega uma hora que você pensa “já deu, bola pra frente”, mas quando você pensa de novo, simplesmente não consegue. Aquilo já se tornou tão parte da sua vida que não dá pra simplesmente dizer “bola pra frente”, porque no final das contas tu só consegue chutar pros lados, sem coragem de chutar pra frente.

Isso é extremamente frustrante e torturante (isso eu posso dizer com certeza), mas se você estiver disposto a correr o risco, no final pode ter a melhor surpresa do universo. Não, não dá pra saber o que vai acontecer (como eu já disse naquele meu post sobre decepções), mas nesse caso, levando pra esse contexto, o que pode acontecer é: ou vira amizade e ponto final (ou na pior das hipóteses, nem isso mais), ou tu vai dar um chute na bunda do sofrimento e mandar ele ir pra pqp. Mas de uma maneira ou outra, você vai parar de ficar se torturando (quantas vezes já usei essa palavra nesse post?), e seja pra melhor ou pior, vai dar pra seguir em frente, enfim. O sofrimento vai embora e é isso que importa pra cada um.

Eu já cansei disso, e passei a semana inteira pensando num jeito de fazer dar certo.

Sabe aquelas cenas dos filmes de Hollywood que o cara chega pra mulher naquelas ocasiões bem singulares, abre o jogo, e se dá bem?

Antes de 2011 acabar, eu vou fazer isso.

Torçam por mim.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Memetizando.

Memes aqui, memes alí, memes everywhere.



Lembro quando andava pelo quatro folhas e eventualmente aparecia uma tirinha com um rosto péssimamente desenhado e com uma expressão de fúria em uma situação específica, era feio, era idiota e era engraçado. Não era algo encontrado facilmente, era de lá, feito pra lá. Com o tempo conheci o tumblr e a quantidade desses rostos com expressões diferenciadas em situações diferenciadas e engraçadas, os aclamados memes, (ou “tumblr faces” para alguns) era/é absurda, e sempre me divirto horrores com elas.

Os memes aos poucos foram ganhando espaço na internet e conquistando as pessoas, se tornando cada vez mais populares. Alguns sites passaram a traduzir essas tirinhas para o português, e passando o susto inicial de ver uma piada que só faz sentido em inglês ser traduzida, é até legal ver que existem pessoas pensando naqueles que não sabem contar até dez em outro idioma.

O problema, de verdade, começa quando acordo num dia e vejo que a quantidade de sites da internet com o mesmo intuito do Ñ.Intendo, de copiar descaradamente um meme e traduzir porcamente enquanto assume os créditos por tudo se multiplicaram numa escala exponencial: le terrorista, memetizando, entre outros (muitos outros). Para tornar toda essa situação mais aterrorizante ainda, as pessoas que descobriram a existência dos memes também descobriram a existência do botão compartilhar do facebook.

Para que você, leitor, perceba a merda que tudo isso gerou, imagine comigo:

Um site acha um meme engraçado, feito por pessoa x, e resolve traduzir para o português estuprando o sentido da piada e publica em seu site assumindo os créditos. As pessoas acham legal e resolvem levar isso para a maior rede social da atualidade, criando páginas somente para postar tais memes. Cada pessoa que lê e gosta, curte o post e compartilha para toda sua lista de amigos, se cinco pessoas da lista dele fizerem o mesmo... Agora pense nas centenas de milhares de pessoas que fazem isso, um número bem grande, dando cada vez mais ibope para os que fazem esse serviço sujo de roubar a criação dos outros, ou que traduzem porcamente, ou que deturpam o sentido dos memes.

Mas quem se importa? São engraçadas, ninguém quer saber se veio de site X ou Y, as pessoas querem rir. Porém, essas mesmas pessoas não são presas ao facebook, elas perambulam pelas cidades e, como bons papagaios treinados, propagam o som do caos.

ME GUSTA DURR ME GUSTA HURR LE ISSO LE AQUILO LE LE LE NINJA LE TERRORISTA LE O CARALHO A QUATRO TROLL VOSSE E TROL BASINGA XD.

Duas coisas me assustam também, quando vejo posts no tumblr dizendo “sua reação quando encontra alguém usar algum termo do tumblr na vida real” seguida de uma cara de felicidade/surpresa, infelizmente eu não consigo ficar surpreso, só assustado, por tais coisas já terem caído na boca do povão. Outra coisa foi quando encontrei porcamente escrito atrás de um dos bancos de ônibus da linha 8500 de São Paulo os dizeres “le cagão”. É nessa hora que penso que criamos um monstro.

Não me importo que as pessoas riam, que as pessoas matem o tédio olhando isso, eu faço algo parecido. Mas por favor, não esqueçam que isso são apenas coisas engraçadas DA INTERNET, não precisa levar pras ruas ou pichar isso em propriedades dos outros, tampouco transformar bordões característicos dos memes em coisas banais que escutamos todo dia, tirando sua graça.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Sinceramente.

Nascemos, crescemos, vivemos, passamos por momentos difíceis e por situações que constroem a nossa definição de mundo, pessoas, etc. e etc. Parte dessa construção é feita pela família, parentes e principalmente os amigos, juntos, todos esses nos permitem criar e amadurecer diferentes linhas de pensamentos em diferentes aspectos sociais.

Começando pela família, eu diria que existe em algum lugar um mandamento que muitas famílias seguem, o eterno “Faça o que eu digo e não faça o que eu faço.”, esse é um ato hipócrita que sempre desprezei. Minha família está incluída nisso, um grande ninho de cobras que pra mim foi uma parte importante pra formar quem sou hoje: alguém que já foi chamado de falso muito e muitas vezes. Pra fugir desse caos todo chamado família, os amigos são muito importantes, pro bem e pro mal.

Pessoas da mesma idade, que pensam da mesma forma, sofrem do mesmo mal (geralmente)... Um lugar perfeito para qualquer que esteja procurando uma fuga lícita dos problemas que todo mundo tem. Eles são interessantes, vão passar a mão ou dar o “tapa na cara” quando for preciso sem temer machucar o amiguinhorsrsrs, a schizo é boa nessa parte e sou muito grato a todos que fazem parte S2.

Agora voltando aos amigos do “mundo real”, vão existir pessoas sinceras, falsas, odiadoras do mundo, aquelas que amam tudo e todos e aquelas que só desejam ouro, muito ouro. No final eles mais passam a mão na cabeça do que outra coisa, isso é particularmente irritante, principalmente quando chega uma hora onde se passa mais tempo pensando no que vai ser dito pro outro sem machucá-lo ou em eufemismos (leia-se mentiras) que no final complicam mais ainda a situação.

Mas o mundo não é tão injusto assim, às vezes dessas amizades saem grandes histórias de amor escrito em livros veludados e emoldurado em mais ouro, e esse livro vai ser a válvula de escape dos amigos, que outrora foram a fuga da família. Essa parte da vida é muito boa, temos alguém que se importa com a gente, que nos deseja e que só quer nosso bem, e isso é tão bonito, mas tão bonito, que parece um conto de fadas que só está faltando o príncipe encantado e adivinhe: Não é você! É alguém com um cavalo mais bonito que o seu, ou com mais ouro, ou com um palácio maior e melhor localizado.

Quando o conto de fadas acaba vem junto a mais pura e amável depressão, evitar ela é como tentar não sair de casa, uma hora vai acontecer você querendo ou não e quando acontecer você não vai gostar (péssima analogia, eu sei). Ela, apesar de dolorosa e mimimis eternos é útil, como disse no outro texto, para formar o próprio ser da pessoa, guiar ela pra verdade universal e mais mimimi, além da fase de adoração onde todos voltam à atenção para você querendo seu bem (ou que você pare de ser chato). E no final quem vai te salvar disso? Ou sua família adorada ou seus amigos adorados.

Saímos de um ninho de cobras e caímos em outro, a hipocrisia e a falsidade é uma realidade tão - pasmem - real que nos assustamos toda vez que alguém tira sua máscara mostrando quem realmente é. Aqueles que dizem nos amar ou que nos chamam de amigos serão sempre os que vão causar a maior decepção, pois são as únicas pessoas em quem você aprendeu a confiar de forma sincera.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Deprimente.

Todo dia confrontamos o mundo além das nossas camas, enfrentando problemas atrás de problemas. Não sabemos o que comer, não sabemos o que beber, não sabemos o que fazer pro trabalho, não sabemos o que fazer mais tarde, não sabemos o que fazer das nossas vidas.

Uma vida com causos e situações estressantes são importantes para a evolução de cada ser que habita essa Terra, obrigando com que andemos cinco passos para trás pra então dar dez passos a nossa frente. Na teoria é muito bonito “sofrer para crescer”, enquanto na prática é doloroso e muitas vezes nos falta forças para dar os dez passos para fora do limbo.

Na minha mente o limbo é um enorme buraco no centro de uma grande planíce onde todas as pessoas se situam, a cada segundo elas se afastam ou se aproximam dele ou, infelizmente, caem sem esperança de voltar a ver o lugar onde outrora era colorido. Sair dele sozinho é uma tarefa árdua e requer uma força de vontade anormal, tão anormal que não se vê mais hoje em dia. Por um outro lado, sempre irão existir as pessoas que estenderão as mãos para puxar aquele amontoado de gente que desistiu de lutar, afinal, vencer é algo distante demais para alguns. Os que nunca caíram observam os outros com desdém, os que retornaram para a superfície se acham capazes de ajudar os outros quando mal conseguem sustentar os próprios pensamentos, os que afundam vão alternar entre inveja e raiva daqueles que vivem de forma tão sorridente.

As pessoas são deprimentes, sempre dançando conforme a música, aqueles que fogem disso serão mal vistos ou chatos e, todo mundo, inclusive os “chatos”, serão apenas uma parte de uma dança que já deveria ter acabado faz tempo. E ninguém tem a força ou a coragem de mudar isso.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Um novo dia.

Muitas pessoas acordam pela manhã e se vêem diante de mais um longo e cansativo dia, essas pessoas se arrumarão e pararão na cozinha para fazer um rápido café da manhã ou, as vezes, nem pra isso terão tempo.

As incertezas existem na cabeça de todos o tempo todo, mas elas só entrarão em prática no momento em que cada pessoa atravessar a porta da sua casa e seguir em direção ao seu destino ( trabalho, escola, ambos, visistar alguém, etc). Os milhares de “E SE?” ganham mais uma vez a oportunidade de atuar na mente das pessoas e cada uma vai avaliar os riscos X benefícios para então afirmar “Ok, vou fazer isso”, infelizmente os “e se?” da nossa vida definem muito mais que um simples caminho ou uma resposta para alguma pessoa querida, eles estão vinculados com ambições, desejos e sonhos (o que para alguns esses três podem ser uma única coisa, talvez seja) que um indivíduo pode ter.

Nessa horas todos nossos desejos (resumirei aqueles três termos nesse) que aparentavam ser imponentes e infalíveis são colocados à prova de fogo e suas fragilidades são expostas, de formas que ninguém pode prever. Uma sucessão de escolhas certas significa uma sucessão de vitórias, e isso é o bastantes para impor a ideia de “Venci!” até nos mais pessimistas e, infelizmente, uma única falha é o bastante para que até os mais otimistas assumam sua derrota.

O que estou escrevendo aqui pode ser uma mera ampliação do post “Infinitas possibilidades” que eu fiz a algum tempo atrás, mas dessa vez eu acrescento mais que palavras aqui. No post anterior eu mostrava que cada escolha feita era capaz de criar todo um universo novo de possibilidades, e nesse eu mostro que cada escolha feita é capaz de alterar não o universo que vivemos, mas um único indivíduo que, de uma forma ou outra, vai ser mais um componente de um gigante quebra-cabeças que todos tentam montar.

Aquela mesma pessoa que saiu de casa pela manhã não vai mais confrontar suas possíveis decisões, mas seu próprio inconsciente, seu instinto e um universo que existe apenas dentro de sua cabeça, e esse pode ser pacífico ou caótico (posso afirmar que quase sempre será caótico). Essa única peça do gigante quebra-cabeça vai definir se ele será ou não montado, afinal, precisamos de todas as peças, e é nesse momento que nós percebemos o quão perdidos todos nós estamos.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Letter Never Sent

Sabe, dia desses eu estava falando com o Marcelo (colaborador do blog e bom amigo) que talvez essa seja a última chance de vermos as últimas grandes bandas do gênero que definiu um século (ou ao menos metade dele) e continua influenciando até hoje, o rock. E, às vezes, nem mesmo as maiores coincidências explicam aquilo que se passa quando percebemos que vimos passar essa chance e provavelmente nunca mais teremos de novo. Mais do que isso, é como se um pedaço da trilha sonora de um pedaço essencial da sua vida estivesse no mudo agora.

Essa é a sensação que tive quando soube que o R.E.M. terminou suas atividades depois de mais de 30 anos com músicas que trouxeram sentimentos diversos. O fato do sr. Stipe estar no nosso antigo banner do blog e algumas postagens relacionadas a banda estarem até hoje nos nossos arquivos não é por qualquer motivo. Não foi somente para mim que a banda foi especial, mas sim para brunos, marcelos, michaels, isabelas, jullians, felipes e quantos mais. Isso poderia ser dito sobre qualquer outra banda, mas ao mesmo tempo não poderia. Não poderia porque é a banda que gostamos. E aprendemos a valorizar, independente do estilo musical que temos como favorito.

Eu poderia buscar palavras melhores para descrever momentos assim. Não é a morte de um ente querido, não é como receber uma grande ofensa. É ter aquela sensação de que do mesmo jeito que um dia ouvimos uma música de uma banda e achamos legal e simplesmente vamos atrás de buscar mais (lembro até hoje quando fiquei fascinado vendo o clipe de Imitation of Life na antiga TV União e o quanto gostei de ouvir a primeira vez Losing My Religion acústica pouco tempo depois), mas do nada isso pode acabar, como um dia qualquer. Mas ao mesmo tempo que é um dia "qualquer", é o dia que sempre é mais relevante em qualquer coisa em que colocamos valor: o dia do fim. E isso dói. Hurts.

As músicas vão estar aí para qualquer um ouvir, os clipes fantásticos estarão para qualquer um ver. Mas o Stipe cantando junto com aquele antigo nerdão-hoje-descolado Mike Mills tocando seu baixo e aquele sóbrio-porém-exímio guitarrista, o Peter Buck... não, não mais. E sem músicas novas para nos surpreender em alguns anos.

Cada um vai ter sua história para contar sobre alguma música que marcou um momento (ou mais!) de sua vida. Ou algumas. Para mim marcou um período desafiador e o relacionamento com uma pessoa que até hoje considero especial que, do mesmo jeito que a banda, teve um fim e ficaram as melhores lembranças. Então, fica aqui meu agradecimento para essa banda que... bem, deixa pra lá, não tenho mais palavras.

Para terminar, por que não uma música que celebra o INÍCIO em vez do fim? Nunca se sabe o que vem pela frente, talvez tenhamos gratas surpresas no futuro vindo das bandas de Athens...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

GOKAI CHANGE

CHANGE DRAGON! Quem não conhece essa frase? Quem nunca viu Changeman, Maskman, ou Power Rangers? Esses dias eu tava ouvindo a opening de Maskman e minha mãe entrou no quarto falando “eu conheço essa!”

TODO MUNDO já viu algum desses. Sério, ninguém que eu conheço diz que nunca viu pelo menos alguns episódios. Um grupo de 5 pessoas que se transformavam em caras com roupas coloridas, que tinham várias armas que se juntavam num canhão enorme pro golpe final, e os famosos robôs gigantes formados por vários veículos/animais/etc. Só que o que muita gente não sabe é que essa história começou do outro lado do mundo a 35 anos atrás.

Nesse post eu vou falar sobre os Super Sentai (conhecido popularmente como o “Power rangers japonês”)

Eu confesso, depois que Power Rangers parou de passar na Globo, eu fui atrás de saber: po, será que tem mais? Acontece que tinha, só que não do jeito que eu conhecia. Descobri que na verdade Power Rangers era uma adaptação do conteúdo de outra série japonesa, conhecida como Super Sentai.

Comecei vendo a que vinha logo depois da última temporada de PR (RPM), que era chamado Samurai Sentai Shinkenger. Logo vi que a coisa era bem diferente da versão americana, já que no primeiro episódio tinha gente sangrando pra todo lado e levando espadada dos monstros, até que os Shinkengers chegavam e botavam ordem na parada. Daí comecei a gostar do jeito que era relativamente mais “sério” o Super Sentai e continuei a ver depois que Shinkenger acabou. Atualmente tá passando Kaizoku Sentai Gokaiger, uma comemoração dos 35 anos de Super Sentai (que nem o Kamen Rider Decade, do post do J.) que tá conseguindo celebrar bem essa história.

É fato que as histórias dos Kamen Riders são mais “dark” que os Super Sentai (um cara vs vários monstros, gente morre/desaparece/etc), mas o Super Sentai tem aquele fator “heróico” que geralmente não se vê nos Kamen Riders. Você vê eles apanhando, vê tudo destruído, mas sabe que eles sempre vão se levantar e acabar com os vilões. Cada transformação, cada robô gigante, sempre dá pra sentir aquela sensação de que o bem vai vencer no final. Esse é um dos temas principais de todos os Super Sentai.

Essas batalhas estão gravadas nas memórias de infância de muita gente, e muita gente ainda continua acompanhando os símbolos da justiça de infância. Seja contra os zangyack, warstar, gedoushuu, gaiark e etc, esses heróis multicoloridos sempre estão lá pra salvar o dia. E toda essa história de 35 anos de luta foi passada para as mãos dos Gokaigers, que representam tudo isso com uma única frase: GOKAI CHANGE!

terça-feira, 24 de maio de 2011

HENSHIN




Quando nós éramos pequenos assistíamos as famosas séries que passavam na record, os chamados tokusatsus que, com certeza, comoveram muitas crianças e lhe deram a esperança de que realmente exista um super herói que combata o mal.

Jaspion, Changeman, Kamen rider, Jiraya, Cybercops, Winspector… com certeza muitas crianças gritaram suas frases de efeito, gritaram os nomes dos golpes especiais ou até mesmo imitaram a sua transformação com a esperança de que algo mágico acontecesse e você virasse aquele mega super herói que era capaz de destruir qualquer mal, e alguns ainda tinham um robô mega awesome.

Cada um deles merece um post exclusivo, mas nesse eu ficarei com Kamen Rider e posteriormente o Kenta fará um sobre Super Sentai.

Eu lembro vagamente de uma cena de um kamen rider em que ele se transformava em um rider azul e “virava” uma água (assim que eu me lembro), hoje eu sei que é uma das formas do famigerado Kamen Rider RX, a BioRider. Como disse, eram lembranças vagas, e não me significavam nada.

Recentemente com a indicação de dois amigos (o Kenta sendo um deles) resolvi baixar Kamen Rider OOO (a série atual) e comecei a ver. No primeiro episódio vi efeitos infantís e nenhum pouco parecido com o que estamos acostumados hoje, mas com o passar do episódio vemos um mero pobre coitado virar um Kamen Rider e começar a chutar bundas.

Além do OOO comecei a ver outros, Decade, Faiz, Agito, W, Den-O e espero ver muitos outros, e todos eles tinham algo em comum, apesar de suas histórias diferentes: Todos passavam aquela sensação que tinhamos quando eramos criança. O herói vai vencer o mal? O que vai acontecer depois? Nossa, outro rider? PRECISO VER O PRÓXIMO EPISÓDIO!!!!

Resumindo, todos eles conseguiram, pelo menos pra mim, criar uma sensação de tal forma em que eu ansiava pra ver o próximo episódio e comemorava as vitórias como uma criança boba, os inimigos deles eram os meus. Eu consegui me sentir como uma criança ingênua que ainda não descobriu que heróis com poderes não existem, e que há mesmo um cara que luta contra o mal enquanto vive seu dia a dia o mais normal possível.

Não sou o único e sei disso, existem jovens e até adultos que acompanham as séries ignorando que elas são feitas para o público infanto-juveníl. Não sou o único que luta contra os imagins, grongi, undead, unknowns, dopants e etc. Não sou o único que sente uma euforia quando começa a ouvir as openings, ou uma simples OST. Não sou o único que já imitou a transformação e, o mais importante, além de mim eu sei que muitos outros gritaram e ainda vão gritar: HENSHIN!

domingo, 1 de maio de 2011

Decepcionante.

Quem nunca teve uma decepção? Eu mesmo já tive várias.

", mas é daí? tu fez um post pra falar sobre tuas decepções?"

Não. Quero falar sobre como tentar lidar com elas, mesmo que eu seja a pior pessoa pra falar isso.

Decepções são coisas bizarras. Você tá lá, de boa com a vida, trabalhando/estudando/whatever, daí você pensa "opa, vou fazer uma coisa que vai ser legal" e vai lá e faz. Até aí tudo bem, a parada vai dando certo e você vai criando expectativas, até a hora que as coisas lentamente começarem a dar errado. Das duas uma: ou você vai vendo o que você fez cair aos pedaços bem lentamente, ou a porra toda cai de uma vez e você fica com a sensação de ter sido atropelado por um trem a 150km/h.

Na primeira hipótese, você começa pensando "po, foi só um contratempo, depois passa". Daí vem outra merda e tu começa a pensar "de novo wtf? vamo cuidar pra parar por aqui". Só que nunca para por aí. As merdas começam a acontecer uma atrás da outra e você fica quase que desesperado, a não ser que você seja O cara e consiga fazer a parada dar certo nas últimas (o que eu acho improvável, mas nunca se sabe). Daí você fica com aquela cara de puta, revoltado com a vida. Triste.

A segunda é a pior. Você começa pensando "po, tá de boa" e daí BAM. Fudeu. Já era. A parada que você tanto brigou pra fazer/conseguir foi pro espaço. Motivos podem ser vários, mas o fato é que a notícia veio como um tiro de fuzil na sua testa. Daí você fica com aquela cara de puta, sem saber o que fazer. Triste.

"mas porra, não acontece sempre assim, tem coisas que não dão errado"

Eu sei. Tem coisas que dão certo. É que a gente devia simplesmente se acostumar com o fato de que elas compõem apenas uns 30% das coisas que acontecem na vida, enquanto os 70% restantes existem só pra fuder com todo mundo. Claro que existem casos que você ta lá e de fato CONSEGUE fazer a parada dar certo, mesmo com tantos contratempos.

“mas que caralhos, tu fez esse post só pra ficar esfregando isso na cara da gente?”

Não. Eu tinha que falar tudo isso primeiro pra poder começar a falar de outra coisa.

Como tentar lidar com as decepções. Não que eu seja o melhor conselheiro (porque eu ainda to de mimimi por uma merda que aconteceu faz 1 mês, me chamem de hipócrita), mas enfim.

Primeiro: entenda que nem sempre as coisas saem do jeito que você quer. Na equação de 420º grau chamada vida, tem MUITOS fatores. Às vezes as coisas dão errado por motivos que não podemos controlar, ou por meros acidentes, ou por merdas que fazemos mesmo e só percebemos depois. E não crie expectativas demais porque isso sempre dá em merda, é uma verdade universal. O que você pode aprender com isso é aprender a levar em conta que tudo pode acontecer. Até mesmo nada.

Segundo: levanta a porra da cabeça e segue em frente. Essa é a parte mais difícil. É da natureza do ser humano (pelo menos da grande maioria que eu conheço) de ficar se lamentando pelo o que PODIA ter acontecido, pelo o que TERIA sido. Porra, quem vive de futuro é cartomante. E também é da natureza do ser humano de ficar se torturando com lembranças de coisas boas, que não são mais tão boas quando você lembra delas. Porra, quem vive de passado é museu. Não estou dizendo que é errado ter lembranças, ou que é ruim ficar se planejando para o futuro, mas tudo tem limite. Como já dizia um amigo meu: se o passado fosse bom, ainda era presente. O que puder esquecer, esqueça; o que puder deixar pra lá, deixe; é difícil, eu sei. Mas simplesmente não dá pra ficar nessa putaria. Você deixa de aproveitar muita coisa pra ficar se lamentando.

Terceiro: curta o que você tem agora. Esse é meio que uma continuação do segundo. Arrume alguma coisa pra passar o tempo livre (muito tempo livre faz você pensar em coisas que não deve), vá pro cinema, vá passear, vá ler alguma revista pornô, enfim. Arrume alguma porra pra fazer. Ocupando sua mente, você não vai ter tempo pra pensar nessas coisas, e pode até descobrir coisas novas.

“hmm, faz sentido”

Pois é. Então vê se presta atenção em alguma coisa que falei pra que da próxima vez que você tiver uma decepção, poder lidar melhor com ela. E se você AINDA estiver naquela fase de bichisse pós-decepção (sim Kenta, estou falando com você também), deixa de viadagem, mande quem ou o quê tiver feito você ficar assim ir se fuder (não verbalmente, mentalmente mesmo. ou você pode arrumar problemas.), arrume alguma coisa pra fazer, e é isso aí.

Eu fiz esse post mais pra mim do que pra vocês, foda-se. Mas espero que mais alguém vá aprender uma coisa ou outra com ele. xau

sábado, 23 de abril de 2011

Um dia de aula em São Paulo

Em uma cidade existem diferentes realidades, quanto maior a cidade, mais acentuadas serão as realidades encontradas nelas, mas como assim?

Vamos pegar a cidade de São Paulo (onde eu vivo), porém isso pode ser aplicado a qualquer outra, e aqui podemos encontrar a realidade do desempregado, do empregado, do pobre, do rico, e a realidade na qual eu entro, a do estudante desempregado. Todas essas tem seus prós e contras, altos e baixos e determinadas formas de ser e até compartilham alguma coisa.

Focando no meu cotidiano de estudante desempregado (compartilhado por muitas pessoas), eu vou contar pra vocês um dia de aula em são paulo (um dia RUIM).

Obs.: Os eventos a seguir, alguns, aconteceram em dias separados, mas mesmo assim dá pra sentir o drama.

Eu, por não trabalhar, acordo meio-dia e logo vou apreciar um delicioso almoço vendo o jornal e pra minha sorte a previsão é de que o dia não seja chuvoso e, se chover, será uma garoa. O dia se passa e me preparo pra sair, ao olhar pela janela vejo um dia nublado e só.

Sem previsão de chuva, logo, não preciso levar o guarda-chuva (ocupa espaço) e sigo para o terminal de ônibus quando, no meio do caminho entre o terminal e minha casa, começa a garoar... ótimo, esperava algo assim. Dois minutos depois parece que alguma entidade resolveu brincar de foder com a vida dos outros e começa a cair uma puta tempestade, preciso fugir da tempestade e pra isso mudo meu caminho e paro num ponto de ônibus que passa o ônibus que preciso pegar e, finalmente, estou a salvo da chuva... opa, começou a ventar e continuo me molhando igual e o ônibus se atrasa.

Todo molhado e após anos no ponto o maldito ônibus chega e eu subo nele, infelizmente tem mais pessoas nele que água em mim. Sigo pro fundo do ônibus e após alguns pontos consigo me sentar na janela e, como se eu fosse um messias, abro a janela e as pessoas conseguem respirar de novo, por algum motivo as pessoas preferem morrer sem ar do que se molhar com algumas gotas. Chuva está fraca, abro mais a janela... que trânsito é esse? Nunca tem trânsito assim aqui. A chuva parou e consigo finalmente por a cabeça pra fora pra tentar ver o que diabos está acontecendo, porém, sem sucesso... depois de mais alguns anos e com o ônibus com menos pessoas (todos resolveram ir andando), ele começa a andar e passar do lado de um rio, e eu tinha quase certeza de que a rua ficava alí.

Chego na estação de metrô (barra funda) e, como eu me atrasei por causa do alagamento, estou na famosa hora de pico onde a plataforma está cheia e o metrô passa um sim dois não. Anos esperando até eu conseguir chegar perto da porta do metrô e é nesse momento em que você desiste de controlar seu corpo e espera o próximo metrô parar, e quando ele para... ok, para exemplificar, imagina centenas de pessoas com superforça (os famosos pedreiros) te empurrando agressivamente como se a vida deles dependessem disso e onde cabem umas 50 pessoas passa a caber 100. O tormento do empurra empurra continua até você descer e pra descer tem que se dirigir pra porta três estações antes e sair empurrando todo mundo. Isso quando dois manos ou dois velhos não resolvem brigar porquê algum terrível malfeitor esbarrou nele.

Chego na estação que quero descer, e tudo que vejo é uma garoa fina, ótimo, começo a ter sorte! Meio caminho da estação pra faculdade a entidade resolve foder com todo mundo de novo e cai uma puta tempestade, usando o meu encéfalo desenvolvido eu penso em parar embaixo de um toldo e esperar a chuva passar. A chuva piora. E então aquela água que escorre do lado da guia da calçada começa a subir e subir e subir e subir e eu já começo a me ver sendo filmado pela globo sendo resgatado por um bombeiro. Felizmente eu pago todos meus pecados e a tempestade vira uma garoa e a corredeira, após empurrar alguns carros, fica fraca e eu volto a seguir pra faculdade. Na rua da faculdade, a alguns passos de chegar em terra firme e seca, vejo mais um ponto de alagamento e tenho que dar uma volta enorme pra chegar lá. Quando chego, parece que choveu mais dentro da faculdade que fora.

Ok, nada pode dar mais errado do que já deu... acaba a luz... mas isso é bom! A luz volta na hora de começar a aula e temos a aula super divertida do dia. Ao final do turno a tempestade volta pior que antes e a única rua de saída da faculdade está alagada, eu saio as 22:55, nesse dia eu saí 23:30, tudo pra esperar a água abaixar E ainda dependendo do micro ônibus pra passar por algumas ruas que ainda estão alagadas.

Pego metrô, pego ônibus, mais uma hora de viagem pra chegar em casa, vivo, e me sentindo um guerreiro por ter sobrevivido a mais um dia. Agora imagine quem mora mais longe que eu? Quem estuda e trabalha? Quem mora longe, estuda e trabalha? Eu não sei eles, mas eu sofro.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Infinitas possibilidades

A vida é feita de escolhas, entre uma coisa ou outra e cada um desses caminhos que resolvermos seguir, ditarão nosso futuro, inclusive as escolhas mais banais. Esquerda ou direita? Ir ou ficar? Fazer ou não fazer? ...

Algumas vez você já se pegou imaginando como seria a sua vida se ao invés de ficar em casa você tivesse saído? Das milhões de possibilidades que existem nesse universo, que nos cercam a todos instantes e todos minutos, apenas uma foi aceita para ser usada como realidade. Se pensarmos que hoje vivemos num mundo automatizado, onde nossas escolhas são feitas de forma automática, ou pior ainda, os outros as fazem por nós, nos permite pensar em quantas decisões nós fazemos dia a dia sem pensar bem sobre isso e quantos mundos diferentes de possibilidade nós ignoramos?

E se eu tivesse ido pra esquerda ao invés da direita? Quantas pessoas novas eu iria conhecer? O que ia acontecer? eu estaria vivo? Dos acontecimentos possíveis, quais outras decisões eu teria que fazer? O que elas iriam desencadear? Uma hora ou outra essa decisão vai afetar outra pessoa e essa afeta outra e outra e outra... até voltar para nós mesmo. É interessante pensar dessa forma mesmo que isso criasse um ciclo vicioso.

Se eu fizer uma escolha, o que vai acontecer depois? E se nós tivessemos como saber, não o futuro, mas quais caminhos a opção A vai criar, a B, a C... e assim por diante? Quantos erros poderiam ser evitados? A ideia de enxergar seu próximo passo e seus efeitos é bem tentadora, eu mesmo não hesitaria em saber, mas será que vale a pena?

Como eu disse, aprendemos a viver com uma visão automática das coisas e por causa disso não conseguimos perceber as diversas realidades que podemos criar com uma simples decisão.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Viagens no Tempo - Parte II - Grandfather Paradox


Grandfather Paradox - O Paradoxo do Avô

Bem-vindos a minha segunda postagem sobre os estudos do tempo! Hahaha. Enfim, eu prometi que ia falar sobre o Paradoxo do Avô no meu primeiro post sobre o assunto, e aqui vamos nós.

“Time travel is impossible as exemplified by the famous grandfather paradox. Imagine you build a time machine. It is possible for you to travel back in time, meet your grandfather before he produces any children (i.e. your father/mother) and kill him. Thus, you would not have been born and the time machine would not have been built, a paradox.”
http://abyss.uoregon.edu/~js/glossary/grandfather_paradox.html

O texto acima diz o seguinte:

“Viagens no tempo são impossíveis (no sentido presente - passado) como exemplificado pelo Paradoxo do Avô. Imagine que você construa uma máquina do tempo, encontre com seu avô antes que ele tenha produzido qualquer filho (por exemplo, seu pai/sua mãe) e resolve então matá-lo. Você não poderia ter nascido e a máquina do tempo jamais poderia ter sido construída. Ou seja, um paradoxo.

Esse paradoxo é tido como o mais poderoso argumento contra as viagens no tempo. Mas mesmo assim, algumas teorias para tentar soluciona-lo são bastante conhecidas, sejam em ficções ou teorias.

A teoria do destino - a consistência

Essa teoria vai de encontro com a noção básica de livre arbitro, pois é baseada na predestinação de todos os acontecimentos. De acordo com ela, ninguém jamais poderia fazer nada para evitar que a viagem ao passado que ocorreu fosse impossível, pois a viagem ao passado também é parte da linha do tempo e não poderá ser mudada. Ou seja, se você viajou ao passado é porque era o seu destino viajar ao passado, e você, pelo seu destino, não irá matar o seu avô, seu destino o impede. Método simples e efetivo de acabar com um paradoxo, quase tão bom quanto um “porque Deus quis”, hahaha.


A teoria da não existência (Também conhecida como Bastardo Temporal / Imunidade do viajante temporal)

Na verdade, eu tô misturando algumas teorias e colocando algumas ideias minhas no meio, mas são ideias parecidas que não mudam muito realmente.

Antes de ler isso, esteja preparado pois não há muita base real em nada aqui, apenas algumas teorias que surgiram como tentativa de solucionar o paradoxo.

Pense da seguinte forma, a partir do momento que um viajante temporal sai da sua linha de tempo original para outra, ele estaria saindo do continuum temporal, se tornando para todos os efeitos, uma entidade não pertencente a ele mais. Estaria de fato, imune a quaisquer alterações na linha do tempo, pois, ele não estaria mais no seu ponto de origem para receber as consequencias dos atos que realizasse no passado.


Exemplificando novamente com o mesmo exemplo do Grandfather Paradox

Você viaja para o passado e mata o seu avô antes dele ter o seu pai. Seu pai nunca nasce, consequentemente, você nunca nasce também, ENTRETANTO, o fato de que você está no passado é absoluto, você foi lá e o matou. Toda a linha temporal depois desse fato, seria determinada pelo curso natural da história, ignorando o restante da vida do seu avô, nascimento do seus pais e seu. Quando você retornasse ao seu tempo original, você iria se deparar com uma realidade alterada e adaptada as consequências das suas ações, ou seja, você jamais teria nascido lá, e mesmo assim, estaria lá.

Efetivamente, você seria um Bastardo Temporal, um resquício de uma linha de tempo diferente da que estaria ocorrendo, alterada pelas suas ações na viagem que realizou ao passado.


A teoria dos universos paralelos

Essa é grande e complexa, não sei se vou conseguir explicar de uma forma fácil. Mas vamos lá, tentar é preciso!
Não tenho certeza do que vou dizer aqui, então qualquer besteira que eu falar estará humildemente aberta a correções. =)
Na física quântica, existe a tal da interpretação dos universos multiplos. Como isso funcionaria? Tentando resumir, para cada escolha que é feita, um novo universo com o resultado de ambas as opções seria gerado. “Oh, com que roupa vou pra festa hoje? Vermelho ou verde?” -- Shazam, você acabou de criar dois universos! Aposto que não sabia que tinha tanto poder assim, hein? Um universo onde você foi de vermelho e outro onde você foi de verde.
No caso da viagem ao tempo, nada mais complicado. Você volta ao tempo, mata seu avô, e criou um universo novo onde ele foi assassinato por você. O seu continua lá, do mesmo jeito de sempre, com seu vô velhinho, mas você acabou de assassinar todos os seus descendentes em um outro universo.


Enfim, teorias tem de monte. Essas três ali são só as que chamam mais a minha atenção.
A minha intenção com esses posts é tentar passar essas idéias todas de uma forma simples, sem entrar em muitos detalhes técnicos, pra que possamos fantasiar um pouco mais do que realmente tentar sair em uma viagem dessas.
Leituras sobre o assunto tem de monte, filmes e livros também, e o próximo post da série vai ser um guia sobre filmes e jogos que tratam do assunto! :D


segunda-feira, 21 de março de 2011

Viagens no Tempo!



O conceito de viagens temporais é algo que sempre me fascinou. Seja em filmes de ficção científica ou RPGs, sempre foi algo que me despertou uma imensa curiosidade.
Esse fato, acho, foi o que me levou a gostar muito dos jogos da série Chrono (Chrono Trigger, Radical Dreamers e Chrono Cross), por exemplo.
Com isso, algumas dúvidas apareceram em relação aos conceitos reais em relação a viagem no tempo. Seria isso possível no mundo real?

Ao mesmo tempo, alguns buracos na lógica empregada nessas ficções precisavam de respostas, então, como toda pessoa normal, fui procurar na internet o que outras pessoas achavam sobre o assunto, fossem elas especulações ou provas científicas.





Mas, vamos lá. O que são de fato, as viagens no tempo?

A Wikipedia diz o seguinte:
"Viagem no Tempo é o conceito de transitar entre diferentes pontos no tempo, análogo ao movimento entre diferentes pontos no espaço[...]"
Ainda de acordo com o artigo nela, o tema se tornou recorrente em ficções desde o Século XIX, acredito eu devido a evolução da física que acontecia nesse momento histórico.

Cientificamente falando (como se eu tivesse alguma autoridade pra falar assim, haha), desde a Teoria da Relatividade de Einstein, é teoricamente possivel realizar uma viagem só de ida pro futuro, baseado na relatividade do tempo e velocidade.

Falando em termos compreensíveis, a velocidade seria capaz de "distorcer" a percepção da passagem do tempo, fazendo assim com que o tempo para quem se encontra na velocidade diferenciada passe de uma outra forma em relação ao exterior. Exemplo: Se eu sair da Terra em uma nave em uma velocidade muito alta, quando eu voltar a terra estarei no futuro. A minha percepção da passagem do tempo será menor do que a de quem ficou na Terra. Um ano pra mim nessa nave, poderia ser 100 anos para as pessoas da Terra.



Mas essa é a minha compreensão desse conceito, e eu posso estar interpretando errado. E mesmo assim, essa viagem no tempo seria algo aparentemente irreversível, pois até o presente dia não há nenhuma pista nas Leis da Física que possibilite uma viagem temporal para o passado. Você poderia ir pro futuro, mas não poderia voltar pro seu tempo mais.

Mas muita das verdades que temos como absolutas nos dias de hoje, eram nada mais do que teorias no passado, e por muitas vezes, eram vistas com contrariedade pela própria comunidade científica. Ninguém poderia imaginar que o tempo poderia ser distorcido no Século XVIII.

Mas o processo necessário para se voltar no tempo é realmente bastante improvável. Como não existe uma velocidade negativa fica complicado de se aplicar a lei inversa da física ao processo da dilatação temporal causada pela velocidade, então tudo o que se tem acerca desse processo são teorias sem muita base mesmo.

De qualquer forma, vamos supor que seja possível, de fato, voltar no tempo.
Com isso, teríamos então diversos Paradoxos para resolver, sendo o mais famoso deles o "Grandfather Paradox".

Grandfather Paradox
Do que se trata? Veja o seguinte exemplo:
Suponha que você viajou no tempo para o passado, encontrou seu avô e matou ele antes que ele conhecesse a sua avó. O que aconteceria com você?
O resultado disso seria que seus pais nunca teriam nascido, e conseqüentemente, você também.
Isso quer dizer que você jamais poderia ter voltado no tempo para matar seu avô, visto que você não existiria.

Esse paradoxo é usado como base por todos que defendem que a possibilidade de viagem ao passado é impossível, mas mesmo assim, algumas teorias foram formadas para explicar o que aconteceria, algumas delas alegando que o passado seria imutável.
Algumas dessas teorias são bastante conhecidas, como a Imunidade do Viajante Temporal, teoria aparentemente aplicada ao mundo de Chrono Trigger e também a dos Universos Paralelos, que todos devem lembrar no famoso Dragon Ball Z, onde o viajante Trunks volta do futuro para salvar a vida do protagonista Goku.

Irei postar mais sobre isso, pois é um tema bastante amplo. No próximo post da série, irei entrar em detalhes sobre as teorias que tentam resolver o Grandfather Paradox.

Até lá!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Review: Radiant Historia (DS)

por Apoka.


Radiant Historia é um RPG da Atlus para o Nintendo DS. A equipe que desenvolveu o jogo inclui principalmente os criadores de outros sucessos da Atlus, da franquia Megami Tensei: Persona 3, Strange Journey e Nocturne, além de desenvolvedores que participaram da equipe da série Etrian Odyssey, também para o NDS. Também fazem parte da equipe do jogo membros que trabalharam em Radiata Stories, do PS2. Destaque também para Yoko Shimomura, compositora da trilha sonora do jogo.

Radiant Historia distancia-se da linearidade comum nos JRPGs com seu inovador conceito de universos paralelos divididos em linhas de tempo que o jogador pode transitar livremente entre elas, descobrindo informações em uma timeline para avançar na outra, modificar eventos do passado e salvar a vida de seus companheiros, tomando decisões com profundo impacto na história. Decisões que podem levar a mais de 20 finais ruins diferentes ou a um único final verdadeiro e feliz para o mundo de Vainqueur. Entretanto, o jogador não precisa se preocupar quando toma alguma decisão errada, pois após ver algum dos finais ruins, ele retorna à tela onde seleciona uma das cenas para voltar no tempo.


Um mundo em decomposição

Vainqueur passa pelos piores momentos em sua história. O mundo está sendo degradado pelo processo de desertificação e Alistel, país sagrado e da avançada tecnologia Thaumatech, está em guerra com o grande país Granorg, que sofre nas mãos da déspota Protea, que tomou o trono após a morte do marido, Victor. Segundo a religião pregada em Alistel, Noah diz que a desertificação está acontecendo devido à forma como a Rainha Protea está governando Granorg, o que incentiva o povo e o exército de Alistel a manter o conflito com Granorg. Porém, independente do vencedor desta guerra, o mundo continuaria a perder, pois o fim do mundo está relacionado à energia vital que sustenta o planeta, a velha conhecida dos JRPGs, Mana.










Um novo rumo para a história

Não importa quem sairá vencedor nessa guerra, a desertificação não será controlada nem terminará com o fim da guerra, o que levaria ao fim do mundo. Esta é a grande preocupação de Lippti e Teo, guardiães de Historia, onde o espaço e o tempo é distorcido e onde o jogador poderá transitar pelos eventos importantes da história do jogo.

Stocke, protagonista do jogo, é um antigo soldado do exército de Alistel que trabalha atualmente na Specint, agência de inteligência especial, que dá suporte às tropas do país com informações de Granorg obtidas por seus espiões.

Antes de enviar Stocke a uma missão em que ele deve resgatar um informante de Alistel que possui detalhes do plano de invasão de Granorg, Heiss, chefe de gabinete da Specint, dá a Stocke um misterioso livro em branco, o White Chronicle, e diz que seria como um amuleto que o protegeria no progresso dessa tarefa. O mistério já começa aí: por que Stocke recebe esse livro? Heiss sabia do poder que esse livro possui?




Stocke logo descobre o poder do White Chronicle. Ao encontrar seus dois subordinados, Raynie e Marco, que o acompanharão em sua missão, Stocke tem uma visão tenebrosa da morte do informante, de seus companheiros e dele mesmo encurralado, prestes a morrer também. Antes de encontrá-los, Heiss avisa da importância da missão e que o protagonista estaria livre para apenas usar seus subordinados como objetos para que conseguisse completá-la ou soldados que devesse protegê-los a todo custo. A premonição de Stocke se concretiza e, encurralado em uma ponte, sobrevive após saltar no rio que corre ferozmente sob ela. Ele acorda em Historia e é recebido pelos dois guardiães, que dão instruções a ele de como usar o livro que recebera para mudar o destino de todos os envolvidos na missão. Voltando no tempo, Stocke é capaz de salvar o informante e evitar que o grupo seja pego na emboscada, levando as informações importantes para Alistel.

A partir dali a missão de Stocke estava dada por Lippti e Teo: não só usar o White Chronicle para dar um fim à guerra entre Alistel e Granorg como também para salvar o mundo da desertificação.




Uma escolha e dois caminhos

Após o sucesso da primeira missão, capitão Rosch, grande amigo de Stocke, o convida a deixar a Specint e voltar à força militar de Alistel. Neste ponto, a história divide-se em duas linhas de tempo diferentes, dependendo da escolha tomada pelo jogador.

Esses eventos importantes em que Stocke precisa fazer uma decisão que resulta em diferentes ramificações são os chamados nodes, nós na história para os quais o jogador pode avançar e voltar ao interagir com um save point. Ao fazer isso, existe a opção de abrir o White Chronicle e escolher algum nó, representado por um ícone em roxo.

Cada evento e missão iniciada e cumprida pelo jogador fica registrado no White Chronicle. O jogador pode ler o resumo de cada evento do jogo ao acessar Story no menu principal e, assim, pode relembrar passagens do jogo que já tenha esquecido, sem que precise rever a cena retrocedendo a algum nó.




O Grid

O sistema de batalha de Radiant Historia é bem simples e divertido, bastante fácil de aprender a usar suas várias alternativas de dizimar os inimigos ao longo do jogo. Além das opções básicas, como atacar com a arma equipada, usar alguma habilidade ou magia, proteger-se ou fugir da luta, o jogo traz funções interessantes.

Na tela superior, o jogador pode ver a ordem dos próximos 10 turnos e o melhor, pode manipulá-la à vontade. Ou não tão à vontade, já que ao modificar a ordem dos turnos, o personagem entra em estado de Baroque, recebendo mais pontos de dano ao ser atacado, até que seu turno chegue novamente.

A vantagem disso está no sistema de chain combos, que é iniciado quando as personagens jogáveis atacam consecutivamente os adversários, ampliando a quantidade de danos causados e a recompensa ao final da luta, dinheiro e experiência. Alternar o turno de um personagem com o de um inimigo pode ser perigoso, mas vale muito a pena para conseguir elaborar sequências de até 10 turnos consecutivos com suas personagens.



Posteriormente, o jogador receberá um poder especial para suas personagens, o Mana Burst, que só pode ser utilizado após encher uma barrinha de progresso atacando adversários ou recebendo ataques. O primeiro Mana Burst disponível é o Turn Break, que elimina o turno de algum inimigo, o que também ajuda muito a elaborar sequências de vários turnos com suas personagens.

O que torna mais divertido o sistema de combate em Radiant Historia é que não é a formação de suas personagens a preocupação que o jogador deve ter, mas sim com a formação de seus inimigos. Eles ficam dispostos em uma grade 3x3 e quanto mais próximos do seu grupo estiverem, maior será o dano que causarão ao jogador.

Assim como é possível manipular a ordem de turnos, é importante manipular a posição dos inimigos na grade, utilizando habilidades e magias que empurram ou trazem os adversários para a primeira linha. O bacana é que durante o chain combo, os inimigos podem ocupar as mesmas células, ou seja, é possível atacar todos eles ao mesmo tempo, o que reduz significativamente a duração de cada batalha dependendo de como o jogador saiba manipular a posição deles.



Muitas reviravoltas, bonita arte e "aquela" trilha sonora

Radiant Historia não só aprofunda de forma inovadora o conceito de tempo e dimensões paralelas que existe em Chrono Trigger e Chrono Cross, como também apresenta características artísticas deslumbrantes.

Para os fãs de histórias repletas de traições e reviravoltas, este é mais um jogo com uma trama interessante e recheada de emoções do começo ao fim. A Atlus apresenta uma nova face do que é uma grande guerra, com o sofrimento da população de cada nação nas mãos de tiranos ambiciosos, cercados de traidores tão sedentos por poder quanto seus líderes e com reflexões de seus soldados sobre o que é mais importante: a missão ou a sobrevivência de seu grupo? Vale a pena sacrificar-se por alguém querido, para defender seu país ou para salvar um mundo fadado à destruição? E também alguns temas mais sociais, como a xenofobia, o patriotismo, o trabalho infantil e a religião como motivo para a guerra.

Apesar das simples animações, a arte do jogo é muito bonita, com desenhos muito bem feitos dos portraits das personagens principais. Os gráficos do jogo agradam bastante principalmente aos mais saudosistas, fãs dos velhos RPGs do Super Nintendo, com seus traços bastante familiares.

E a trilha sonora. Aquela trilha sonora. De todos os jogos cuja composição foi feita por Yoko Shimomura que joguei, Radiant Historia apresenta seu melhor trabalho. Músicas orquestradas que dão aquele toque épico às cenas de batalhas e tristes ou mais animadas para embalar as tragédias e os momentos de descontração ao longo do jogo tornam o RPG da Atlus uma experiência inesquecível.

Radiant Historia é um jogo para jogar e jogar novamente, para buscar a conclusão de todas as sidequests, missões espalhadas pelo jogo, e explorar todo o conteúdo escondido pelas terras de Vainqueur. Certamente um dos melhores, se não o melhor RPG do portátil da Nintendo.