quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Letter Never Sent

Sabe, dia desses eu estava falando com o Marcelo (colaborador do blog e bom amigo) que talvez essa seja a última chance de vermos as últimas grandes bandas do gênero que definiu um século (ou ao menos metade dele) e continua influenciando até hoje, o rock. E, às vezes, nem mesmo as maiores coincidências explicam aquilo que se passa quando percebemos que vimos passar essa chance e provavelmente nunca mais teremos de novo. Mais do que isso, é como se um pedaço da trilha sonora de um pedaço essencial da sua vida estivesse no mudo agora.

Essa é a sensação que tive quando soube que o R.E.M. terminou suas atividades depois de mais de 30 anos com músicas que trouxeram sentimentos diversos. O fato do sr. Stipe estar no nosso antigo banner do blog e algumas postagens relacionadas a banda estarem até hoje nos nossos arquivos não é por qualquer motivo. Não foi somente para mim que a banda foi especial, mas sim para brunos, marcelos, michaels, isabelas, jullians, felipes e quantos mais. Isso poderia ser dito sobre qualquer outra banda, mas ao mesmo tempo não poderia. Não poderia porque é a banda que gostamos. E aprendemos a valorizar, independente do estilo musical que temos como favorito.

Eu poderia buscar palavras melhores para descrever momentos assim. Não é a morte de um ente querido, não é como receber uma grande ofensa. É ter aquela sensação de que do mesmo jeito que um dia ouvimos uma música de uma banda e achamos legal e simplesmente vamos atrás de buscar mais (lembro até hoje quando fiquei fascinado vendo o clipe de Imitation of Life na antiga TV União e o quanto gostei de ouvir a primeira vez Losing My Religion acústica pouco tempo depois), mas do nada isso pode acabar, como um dia qualquer. Mas ao mesmo tempo que é um dia "qualquer", é o dia que sempre é mais relevante em qualquer coisa em que colocamos valor: o dia do fim. E isso dói. Hurts.

As músicas vão estar aí para qualquer um ouvir, os clipes fantásticos estarão para qualquer um ver. Mas o Stipe cantando junto com aquele antigo nerdão-hoje-descolado Mike Mills tocando seu baixo e aquele sóbrio-porém-exímio guitarrista, o Peter Buck... não, não mais. E sem músicas novas para nos surpreender em alguns anos.

Cada um vai ter sua história para contar sobre alguma música que marcou um momento (ou mais!) de sua vida. Ou algumas. Para mim marcou um período desafiador e o relacionamento com uma pessoa que até hoje considero especial que, do mesmo jeito que a banda, teve um fim e ficaram as melhores lembranças. Então, fica aqui meu agradecimento para essa banda que... bem, deixa pra lá, não tenho mais palavras.

Para terminar, por que não uma música que celebra o INÍCIO em vez do fim? Nunca se sabe o que vem pela frente, talvez tenhamos gratas surpresas no futuro vindo das bandas de Athens...