sexta-feira, 13 de julho de 2012

Dois mundos em um só.

Desde o começo do ano eu comecei a perceber uma grande alteração de humor na minha pessoa, no início acreditei ser algo passageiro. As mudanças de humor continuaram e eu não me importei muito, meus amigos mais próximos me falaram que esse problema havia começado um pouco antes deu dar atenção a isso.

Euforia.

Eu, garoto introvertido do campo, mais quieto e calmo que uma rocha, começo a sentir uma sensação estranha no peito que sobe do peito a cabeça. Uma vontade de me movimentar, falar com as pessoas e fazer qualquer outra coisa “animada” domina meu corpo. Começo a andar mais rápido, a falar mais rápido, um impulso enorme para fazer qualquer coisa que não seja ficar parado no mesmo lugar, minha mente divaga mais e mais. Começo a rir sem motivo.

Depressão.

Do mesmo jeito que a euforia começa, uma sensação forte no peito (próxima a uma dor ou angústia muito forte) me domina, não consigo fazer nada além de dar atenção aquela dor que não é nada mais que fruto da minha imaginação, minha cabeça fica igual. Ao andar não levanto a cabeça, fico deprimido demais para se quer olhar no rosto das pessoas e tenho um desejo enorme de ficar sozinho. Cada momento triste que posso me lembrar começa a passar voando pela minha cabeça, começo a pensar em duas ou três coisas ao mêsmo tempo, me causando insônia as vezes. Choro as vezes sem motivo.

A pior parte de ser bipolar não é a crise de euforia, afinal, é o único momento do dia em que realmente estou animado para mover todos e o mundo, tudo fica bonito e alegre.  A crise de depressão, no entanto, em conjunto com tudo que disse acima, vem com certos tipos de pensamentos que sempre abominei e abomino, tudo fica tão deprimente aos meus olhos, minh auto imagem, as pessoas ao meu redor, minha família... tudo fica tão “meh” e a dor começa a aumentar gradativamente até chegar em um ponto em que só consigo pensar o quão bom seria se eu me matasse.

Eu pesquisei por um tempo sobre o TAB (Transtorno Afetivo Bipolar) para entender melhor sobre essa coisa que eu estava sentindo. Trabalhos científicos dizem que de todos que sofrem desse transtorno, cerca de 50% apresentam comportamento suicida, e aproximadamente 19%, de fato, se matam devido a crise de depressão. Alguns trabalhos também dizem que os bipolares vivem mais ou menos 10 anos a menos que as pessoas normais e deixam de ser funcionais entre 14 e 15 anos mais cedo. Relacionamentos amorosos tendem a acabar mais rápido devido as alterações de humor. Tudo isso causado por grandes cargas de estresse que desregularam a liberação de serotonina no cérebro (resumindo).

Sofri certos de tipos de abusos durante a infância que auxiliaram (nada sexual, algo mais psicológico) e de certa forma não consigo olhar pra quando era pequeno e ver uma criança feliz, eu sofria o que chamamos hoje de bullying, não tinha amigos, todos riam da minha cara só deu abrir a boca (eu tinha/tenho problemas com dicção) e nunca fui de contar com meus pais, que também tem sua culpa nesse tipo de problema. E hoje eu olho pra trás e percebo que no meu último relacionamento eu mudava muito em pouco tempo, muitas brigas com minha ex namorada era devido as minhas crises de depressões repentinas e sem sentido, hoje eu entendo melhor algumas coisas.

Pesquisei  muito e ouvi tanto “VAI LOGO NO MÉDICO” dos meus amigos que resolvi ir, fui e ele só confirmou que eu poderia ter TAB, apesar dele  me acompanhar ainda para que ambos tenhamos certeza. O tratamento? Um remédio com tantos efeitos colaterais que fico assustado.

Esse post é mais porquê eu disse pro Marcelo que iria fazer, não quero que as pessoas entendam ou sintam pena de mim (oh, que menino sofredor!), mas vale a informação e uma dica valiosa para todos: Esse transtorno não se inicia do nada, como disse, requer grandes cargas de estresse, portando, cuide daqueles seres pequenos (crianças) de quem você tanto gosta, eles podem estar sofrendo sem falar nada. 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Go! Go! Go!



Não pode ser! Mais um post!
Ao longo da minha saga através dos tokusatsus (séries “live-action” amarelas) eu vi muitas coisas, vários kamen riders, vários super sentais, ultramans e até algo não tão popular como Makai Senki Garo. A última série que vi, Madan Senki Ryukendo (sim, aquela que passava na rede tv como "Crônicas Mágicas Ryukendo", em 2008, me provou de uma vez por todas que não é preciso grandes produções para fazer algo de qualidade.

A série que foi ao ar em 2006 na amarelândia conta a história de um jovem espadachim que chega a uma cidade fictícia chamada Akebono e logo de cara é surpreendido por demônios roxos (JA!  JA!) e demônios mais fortes. Um guerreiro em uma armadura chega numa moto e atira em todos, salvando o dia.

O jovem posteriormente é escolhido pelo “Madan Core” que dá os poderes/permite que os guerreiros se transformem e ganhem uma armadura pra lá de legal. Ao longo da série diversos demônios, comandantes, upgrades (muitos upgrades) e até um terceiro guerreiro aparecem, adicionando cada vez mais a essa incrível série escrita por Takara Tomy, em parceria com a We’Ve Inc.

O heroico protagonista

O que me surpreendeu nessa série é que o escritor não teve sua criatividade barrada enquanto escrevia, coisa que percebemos com grandes produções (TOEI? TOEI!) como Kamen Rider e Super Sentai. Os monstros mais bizarros são criados, os protagonistas não são estereotipados e diversas situações inusitadas, como um guarda-chuva gigante como um dos inimigos mais fortes. O que Takara quis escrever, ele escreveu.


As piadas introduzidas sempre que possível ao longo do enredo tornaram a atração agradável e prazerosa de assistir, tornando impossível assistir sem dar ao menos uma risada. As intrigas podem não ser dignas de um filme de drama mas certamente fazem seu papel e a eterna história de amor que acontece em segundo plano que nunca dá certa, típica de toda série japonesa, foi muito bem colocada, de forma a adicionar a parte comédia da série.


Kenji (RyuKenDo), Amachi e Fudou (RyuGunOu)
Agora, algo que me fez colocar essa série dentre as melhores que já vi: UPGRADES, só o protagonista ganha novas formas oito vezes, contando com uma nos últimos cinco episódios, os outros guerreiros ganham outras duas evoluções cada. Cada evolução vem acompanhada de summons (explicando porcamente, cada summon equivale a um zord). Sinceramente? Isso não acontece em nenhuma outra série, e pra mim, esses upgrades são essenciais. Minha reação ao ryukendo foi quase a mesma com Tengen Toppa Gurren-Lagann.

Outro ponto positivo da série é sua trilha sonora, composta por uma abertura cantada por ninguém menos que Hiroshi Kitadani (JAM e cantor da We Go! do one piece) e outra pelo Kenji Ohtsuki. Os encerramentos são um tanto quanto excêntricos, são seis músicas diferentes, cada uma cantada por um cantor diferente, bem mais calmas que as aberturas. O que tem de excêntrico nisso? As duas diferentes cenas que passam durante o encerramento, na primeira aparece os guerreiros jogando futebol e na segunda brincando de “estátua” com o vilão.

Quando vi um dos episódios na rede tv eu achei a série estranha demais, mesmo já tendo assistido bastante coisa amarela, hoje retiro cada palavra, porquê boa série é boa série (tão boa que rendeu a produtora uma segunda criação chamada Tomica Hero).