segunda-feira, 12 de março de 2012

Quem tem medo de Bicho-de-pé?

Sei que poderia ter escolhido um tema melhor pra minha estreia como escritora no blog, mas devido ao histórico de postagens sobre doença visando a saúde por aqui, e pela minha experiência atual, resolvi me entregar ao assunto.

Quem nunca teve Bicho-de-pé que atire a primeira pedra. É muito comum quando se é uma criança feliz e descalça brincando no montinho de areia abandonado, cavucando a areia suja da praia, dividindo terreno com porcos, enfim, fazendo criancices.

Mas vamos lá, o que é isso na real? Essa bolinha preta que aparece pelo pé, normalmente entre os dedos ou debaixo da unha (mas que na verdade pode surgir em qualquer lugar que tiver contato, inclusive na mão (!)), que coça desgraçadamente e que vai ficando cada vez maior com o tempo na verdade é a fêmea fecundada de um inseto da família das pulgas (Tungidae), o Tunga penetrans que precisa do seu sangue pra sobreviver com as crias.

Se você ainda não sabe do que eu to falando, pode conhecer pelo nome de batata baroa (?), bicho, bichô, bicho-de-cachorro, bicho-de-porco, bicho boco, bicho-do-pé, bicho-do-porco, bitacaia, chique, chitacaia, dengoso, espinho-de-bananeira, esporão, jatecuba, matacanha ou bitacaia (Angola e Moçambique), djigan (Guiné-Bissau), moranga, nígua (Portugal), olho-branco, olho-de-pinto, pique, piolho-de-faraó, pitxoca/pitxoka, pulga-da-areia, pulga-de-bicho, pulga-do-porco, pulga-penetrante, sico, taçura, taçuru, tatarné, tuçuru, tunga, tunguaçu, vitacaia, xiquexique, xíquia, zunga, zunge ou zunja.

Tá bom, sei que ninguém leu o último parágrafo até o final, nem eu li na real, mas vai que você conhece por outro nome. Acontece.

Fato é que esse é só mais um sofrimento que as crianças tem que passar em prol da diversão. Lembro de ter pegado bicho-de-pé quando era criança, devia ter uns 5 ou 6 anos, e foi bem entre o dedão e o dedo ao lado, naquela curvinha. Como criança vive se coçando mesmo, o bichinho demorou a ser notado. E cresceu. Muito. Passei por umas horas (tá, não lembro quanto tempo) sob tortura da agulha da minha mãe, agarrando o travesseiro pra aguentar a dor de ter o dedo futucado por um objeto pontiagudo.

É uma experiência que você não precisa ter mais de uma vez na vida, mas eis que 20 anos depois eu noto aquela bolinha preta que coça familiarmente, no calcanhar. Local com pele mais grossa onde não era de se esperar por isso. Mas ele tava lá com todo aquele alto relevo com ar triunfante pra cima da minha pessoa.

Eu na minha total falta de coragem, apelei pra agulhinha da mamãe de novo. Que lindo, né? 26 anos na cara tendo que aguentar bicho-de-pé que não sei nem de onde surgiu, porque não ando mais descalça e a última vez que fui à praia foi há duas semanas. Bicho-de-pé de duas semanas? Aí vamos nós! Então se você tá aí, marmanjo, sofrendo desse mal, anota aí as dicas do que fazer. Vá cortando a pele ao redor do bichinho com uma agulha esterelizada ou, segundo nosso companheiro bruN0, com tesourinha de unha também serve. Mas o negócio é: cortar e puxar! E segura essa dor. Um algodãozinho pra segurar os bichinhos também é essencial, assim como aquele merthiolate no final, que hoje em dia nem arde mais. Mas a minha dica pessoal é passar gelo por um tempo antes de tirar pra adormecer a região, garanto que os cortezinhos iniciais vão ser aliviados.

Aqui está o resultado do meu pobre pé:


Então, se você for uma mãe perdida e moderna ou um marmanjo azarado, espero que o post tenha sido útil. Boa sorte aí.

2 comentários:

natty disse...

bonito calcanhar

Chey disse...

Muito medieval esse método. E você não pode matar o pobre bichinho. Deixe ele crescer em você e entre em comunhão com a natureza ^^