Como
recebi muitas cartas pedindo mais informações sobre alguns tópicos, resolvi
estender essa primeira parte para complementá-los, antes de começar o tour de
france.
Pessoas
II
Sobre
privacidade e respeito, já disse que é muito diferente do BR. Enquanto
brasileiros perguntam e compartilham intimidades sem nenhum pudor, franceses,
mesmo amigos que se conhecem por anos, conversam com uma sutilidade incrível; e
perguntar detalhadamente pode ser considerado uma "invasão". É uma
coisa automática, cultural, do mesmo jeito que brasileiros são inclinados a
perguntar até o âmago da pessoa.
Contato
físico também é uma coisa estranha. Abraços são raros até com familiares.
Sobre
greves: as daqui podem se tornar bem violentas. Em grandes companhias, chegam a
fazer do diretor/presidente/dono refém no escritório. Aqui, professor não faz
greve, mas sim os estudantes. Eles pegam as pedras que formam as ruas pra jogar
nos policiais.
Sobre
transportes: chocante: adultos usam patins e patinete normalmente. Ônibus não
são muito usados, porque usam o metrô principalmente. Algumas linhas são bem
velhas e horríveis. Jovens/estudantes
pulam a catraca e é considerado normal. Não tem fiscalização. Em algumas
cidades, os ônibus são de graça e há estações de "empréstimo" de
carros elétricos e bicicletas (de graça, se não ficou claro).
Uma
diferença triste daqui é em relação à idosos: é típico dos filhos botarem os
pais em abrigos. Mas uma coisa boa é que eles podem dirigir, se quiserem. Mas
pode ser estressante quando tem um dirigindo a 30km/h na sua frente.
Uma
tradição estranha acontece no réveillon: jovens queimam os carros nas ruas. Não
me perguntem. Mas uma tradição que gostei é o do Galette des Rois ou do
"bolo rei". Entre o natal e o dia de reis, você compra esse bolo e
dentro tem uma "surpresa". Tem que tomar cuidado pra não engolir.
Quem achar a surpresa é o rei, com direito até à coroa e à escolha da rainha.
90% dos
franceses fumam. Cigarros só são vendidos em PMUs e é praticamente impossível
você conseguir uma licença pra vender, visto que o governo não dá mais.
Estabelecimentos assim, como padarias e restaurantes, são familiares. PMUs e
farmácias fazem parte da infância das crianças (visto que os pais pedem aos
filhos pra irem comprar cigarro). E a farmácia porque o farmacêutico é sempre o
mesmo e ele conhece suas doenças (algo íntimo). Raramente, quando o
farmacêutico muda de farmácia por algum problema, é comum a família seguí-lo.
Aqui os medicamentos são "pagos pelo governo", então não tem o
problema de preços. Todas as farmácias têm tudo.
Não sei
no BR, mas aqui as pessoas que trabalham com serviços funerários (sempre
familiares) são consideradas um tabu. Dizem que "traz morte" deixar
um deles entrar na casa. Ninguém que ser amigos deles :(. Em compensação, são
muito ricos.
Educação
II
Europeus
tem um programa de intercâmbio chamado Erasmus. É burocrático, mas eles podem
estudar onde quiser e por quanto tempo quiser, na europa. "De graça".
Fim
anticlimático do post.
3 comentários:
Fale sobre como acreditam que mulheres brasileiras são os seres mais fáceis para se conseguir uma foda na Terra.
E me dê o endereço do IRC de vocês pls.
#shizo@irchighway.net
oops. #schizo
Postar um comentário