quarta-feira, 28 de maio de 2014

Vivendo na França – Parte I.5


Como recebi muitas cartas pedindo mais informações sobre alguns tópicos, resolvi estender essa primeira parte para complementá-los, antes de começar o tour de france.

Pessoas II

Sobre privacidade e respeito, já disse que é muito diferente do BR. Enquanto brasileiros perguntam e compartilham intimidades sem nenhum pudor, franceses, mesmo amigos que se conhecem por anos, conversam com uma sutilidade incrível; e perguntar detalhadamente pode ser considerado uma "invasão". É uma coisa automática, cultural, do mesmo jeito que brasileiros são inclinados a perguntar até o âmago da pessoa.
Contato físico também é uma coisa estranha. Abraços são raros até com familiares.

Sobre greves: as daqui podem se tornar bem violentas. Em grandes companhias, chegam a fazer do diretor/presidente/dono refém no escritório. Aqui, professor não faz greve, mas sim os estudantes. Eles pegam as pedras que formam as ruas pra jogar nos policiais.

Sobre transportes: chocante: adultos usam patins e patinete normalmente. Ônibus não são muito usados, porque usam o metrô principalmente. Algumas linhas são bem velhas e horríveis.  Jovens/estudantes pulam a catraca e é considerado normal. Não tem fiscalização. Em algumas cidades, os ônibus são de graça e há estações de "empréstimo" de carros elétricos e bicicletas (de graça, se não ficou claro).

Uma diferença triste daqui é em relação à idosos: é típico dos filhos botarem os pais em abrigos. Mas uma coisa boa é que eles podem dirigir, se quiserem. Mas pode ser estressante quando tem um dirigindo a 30km/h na sua frente.

Uma tradição estranha acontece no réveillon: jovens queimam os carros nas ruas. Não me perguntem. Mas uma tradição que gostei é o do Galette des Rois ou do "bolo rei". Entre o natal e o dia de reis, você compra esse bolo e dentro tem uma "surpresa". Tem que tomar cuidado pra não engolir. Quem achar a surpresa é o rei, com direito até à coroa e à escolha da rainha.

90% dos franceses fumam. Cigarros só são vendidos em PMUs e é praticamente impossível você conseguir uma licença pra vender, visto que o governo não dá mais. Estabelecimentos assim, como padarias e restaurantes, são familiares. PMUs e farmácias fazem parte da infância das crianças (visto que os pais pedem aos filhos pra irem comprar cigarro). E a farmácia porque o farmacêutico é sempre o mesmo e ele conhece suas doenças (algo íntimo). Raramente, quando o farmacêutico muda de farmácia por algum problema, é comum a família seguí-lo. Aqui os medicamentos são "pagos pelo governo", então não tem o problema de preços. Todas as farmácias têm tudo.

Não sei no BR, mas aqui as pessoas que trabalham com serviços funerários (sempre familiares) são consideradas um tabu. Dizem que "traz morte" deixar um deles entrar na casa. Ninguém que ser amigos deles :(. Em compensação, são muito ricos.


Educação II

Europeus tem um programa de intercâmbio chamado Erasmus. É burocrático, mas eles podem estudar onde quiser e por quanto tempo quiser, na europa. "De graça".


Fim anticlimático do post.


3 comentários:

Flaepru disse...

Fale sobre como acreditam que mulheres brasileiras são os seres mais fáceis para se conseguir uma foda na Terra.

E me dê o endereço do IRC de vocês pls.

Anônimo disse...

#shizo@irchighway.net

Anônimo disse...

oops. #schizo